tercio50@oi.com.br
Correspondência virtual de Tércio Moraes com Reinaldo Santos Neves
Essa correspondência se estendeu de abril de 2006 a abril de 2008, mas apenas os e-mails de Tércio para Reinaldo, com uma única exceção, sobreviveram.
1
Suave é a noite 10/04/2006 00:54
tercio50@oi.com.br
estacaocapixaba@terra.com.br
Caro Reinaldo,
Agora noite suave de terça-feira - início de primavera.
Volto a tocar no assunto da Logos.
Aos sábados pela manhã, costumo colocar em ordem o computador:
atualizar antivírus, verificar se há vírus.
Isto gasta tempo e energia.
Mas espero que me sobre tempo e energia para ir à Logos. Talvez me
sobre tempo e energia. Se você for lá, repito que será um estímulo
para que eu vá, e que poderíamos ter um contato, ainda que breve,
gratificante.
Se der, avise-me, por favor, se sim ou se não.
Um abraço,
Tércio.
ps. Se encontrar o Sérgio Blank, além de dizer o que te pedi
anteriormente, diga-lhe que, para mim, nos tempos da Fundação, ele
era o elo perdido entre a minha turma e a turma da Fundação, e que
era algo interessantíssimo para mim.
ps. Preciso, urgente, de uma mulher!!!!
2
Olá! 08/10/2006 7:44
Caro Reinaldo,
Antes de mais nada, repito que gostei do encontro de ontem.
Mas a razão deste e-mail é que, tendo perdido o telefone do Sérgio
Blank, te peço que você me diga.
Mas aproveito a oportunidade para falar sobre Kitty aos 22.
Primeiro, digo que, ao ler as primeiras páginas, senti que é um livro
para ser lido até o final.
Depois, dizer que há algo muito bom no livro: a crítica, com um humor
cheio de uma positiva ironia que raia o cinismo (Positivo), que é
explícita no narrador e - toque mágico - implícita em todos os
personagens, a crítica à toda aquela coisa de patricinhas e
mauricinhos.
Mas devo tentar te dizer mais sobre o livro quando eu estiver lá por
1/4, 1/3 do mesmo.
Agora manhã nublada de domingo.
Um abraço,
Tércio
3
Olá. 10/10/2006 8:01
Caro Reinaldo,
Já cheguei a 1/4 de Kitty aos 22, e creio que já posso tentar falar
mais um pouco sobre o livro.
Falo primeiro sobre o estilo. Entendendo estilo como uma coisa formal
que é totalmente diferente em cada artista, em cada escritor. Uma coisa
que só os verdadeiros artistas ,e só os verdadeiros escritores têm.
É inegável: você tem um estilo todo seu que é - não se espante -
como uma marca de ferrro em brasa no bumbum de Kitty.
E, neste estilo, você faz uma coisa - certamente exagerando - complexa
como Finnegan's Wake e fluente como um livro de Hemingway.
Tento dizer que você deve ter tido um trabalho enorme para fazer um
jorro de jogos de palavras muito intrincado, mas que é fluente,
fácil, e gostoso de ler.
Quanto ao conteúdo, há toda uma mostra de uma juventude vivendo num
brutal vazio.
Um abraço,
Tércio
4
Olá. 12/10/2006 13:28
Caro Reinaldo,
Agora é pra te fazer um pedido.
Trata-se do seguinte:
Segunda-feira, falei por telefone com o Sérgio Blank.
Foi ótimo.
Aconteceu dele me dizer que não tem o meu livro, "Poemas Terceiros".
Eu gostaria de dar um exemplar a ele.
E, como ele está muito ocupado, e seria difícil nos encontrarmos, e
ele disse que se encontra muito com você, sugeri a idéia de deixar um
exemplar com você, para que ele pegue com você.
É possível isto?
Se for possível, por favor, me diga.
E diga o que fica mais fácil para você: Logos ou Centro da Praia.
Um abraço,
Tércio.
ps. Prossigo lendo Kitty aos 22.
5
[Spam] RRR 15/10/2006 14:37
Caro Reinaldo,
RRR [No reino do rei reinante] é como, por vezes, intitulo minha peça infantil.
Há poucos momentos, li o trecho do seu livro que inclui RRR.
Super-bacana a inclusão de minha peça em kitty aos 22:divertimento.
Um abraço,
Tércio
6
kitty aos 22 16/10/2006 22:48
Caro Reinaldo,
Terminei hoje, à tarde, de ler "kitty aos 22: divertimento".
Tento dizer algo sobre o romance, agora até à conclusão.
Primeiro, tento aprimorar o que disse antes.
Sobre a forma, digo que "kitty" tem algo, todo muito seu, que lembra
algo de James Joyce - em Ulisses.
Que há inúmeros jogos verbais, todos muito seus, inteligentes e bem
humorados, que fluem.
Sobre o conteúdo, repito que vejo jovens com uma vida vazia, que tentam
preencher com todo tipo de coisa intensa e pesada.
A conclusão é que Kitty encontra algo afetivo intenso e se lança
nisto. Pensando ser amor. Mas esta coisa intensa se revela ser horror.
A saída para este horror é algo de uma violência trágica.
Há uma coisa: parece ser muito significativo o momento em que Kitty diz
a Phil: "Por favor."
No final, eu vejo uma segunda chance para Kitty. Vejo um aprendizado, um
amadurecimento, nas últimas palavras de "kitty aos 22: divertimento”,
quando Kitty diz: "O futuro me espera"
Um abraço,
Tércio
7
Olá. 26/10/2006 5:54
Caro Reinaldo,
Tenho fortes indícios para afirmar que há hackers observando meu
computador.
Tenho indícios menores de que há pessoas observando meu telefone.
Um abraço,
Tércio
8
Olá. 2/11/2006 17:35
Caro Reinaldo,
Belíssima construção o convento da penha.
Quando eu caminhava no calçadão, via-o com freqüência.
(Agora caminho por uma avenida que tem seu sobrenome e por outra que
não tem seu sobrenome)
Faz pouco, em espírito de aventura, vi-o, algumas vezes, lá de depois
do segundo píer de Camburi; e, uma vez, bem de perto, atravessando a
terceira ponte – de ônibus.
Tem mais não.
Um abraço,
Tércio
9
Identidade capixaba 13/11/2006 11:04
Caro Reinaldo,
Estive dando uma olhada na Estação Capixaba.
Me lembrou dos bons velhos tempos da Fundação e me fez pensar em
identidade capixaba.
Tive vontade de te dizer uma ou três coisas sobre identidade capixaba.
Primeiro digo que venho de uma geração, e uma tribo, que não
acreditava que o Espírito Santo, cercado pela Bahia, ao Norte, por
Minas, a Oeste, e pelo Rio, ao Sul, Estados com marcante identidade,
tivesse uma identidade. Sem falar no Nordeste, no Norte, no
Centro-Oeste, em Sampa, e no extremo Sul.
A tribo se desfez. Eu continuei a não acreditar nisto.
Até que surgiu Elisa Lucinda. E eu passei a me perguntar se Mictown
tinha uma identidade, ainda que nascente.
Hoje eu penso que temos uma identidade, sim. Mas que ela só se
individuou completamente faz poucos anos.
Segundo digo algo bastante pessoal.
Lá pelos meus 17, 18 anos, buscando uma explicação para esta falta de
identidade, cheguei a procurar pela biografia de Vasco Fernandes
Coutinho, numa biblioteca pública, pensando em obter dados para um
texto de ficção, dentro desta idéia desta explicação.
Veio a bad trip de cogumelo, e a coisa ficou por aí.
Foi positivamente surpreendente, encontrar a biografia de Vasco
Fernandes Coutinho na Estação Capixaba.
Terceiro me pergunto, e te pergunto sobre "As folhas da hera: um romance
bilíngüe". Me pergunto e te pergunto que parentesco ele guarda com o
meu poema "Poema Bilíngüe”.
Um abraço,
Tércio
10
Novos assuntos 18/11/2006 23:51
Caro Reinaldo,
Eu estava pensando em te escrever algo ainda mais sobre Mictória e o
Estado e o estado que a envolvem ou envolviam.
Estava tudo elaborado na minha mente, quando novos assuntos se
impuseram, a partir da sua explicação sobre "As folhas da hera: um
romance bilíngüe", que entendi bem.
Tento resumir.
Você certamente não se lembra de que te falei que li "A Crônica de
Malemort" em Búzios, durante um acampamento, antes de nos conhecermos.
É uma questão delicadíssima mas é construtiva.
Em "A Crônica de Malemort", vê-se um trabalho seríssimo, dificílimo, em arcaizar as palavras. Cada palavra uma pérola. O enredo, também, é
super original.
Mas, Reinaldo, em "O Reino dos Medas" havia fluência, embora não
houvesse este excelente trabalho com as palavras, para o qual parece
que você partiu depois, e, corrigindo-me e concordando com você, é
menos denso que o que você fez a seguir. Mas, repito: havia
fluência.
Me parece que a combinação de trabalho verbal e fluência, juntos,
começaram a despontar em "O Romance Graciano".
Mas em "Crônica de Malemort", havia, ainda, algo preso, algo que não
fluía.
Eu imagino que, com a tradução que você fez, tanto tempo depois, e a
retradução, deve haver desta combinação, que, repito, aparece de
forma mágica em "kitty".
Aproveito para te dizer algo extremamente pessoal, que se vê na minha
tentativa de fazer literatura.
Hoje à tarde, palmilhava eu a calçada do Shopping Boulevard, quando
reparei em uma moça, tão linda, que movia os lábios como a falar
coisas, que eu (Deliro?) tomei como ditas como palavras amorosas em
direção a mim.
Ela estava a uns cinco metros da calçada – esperava um ônibus? – e eu
pensei que deveria e poderia abordá-la.
Passei ao largo, avaliando o que perdera.
E, em minha mente, cansada de tanto mentar, penso que agi assim com
muitas e muitas mulheres – tão lindas – e que, enfim ajo assim quase
sempre que me surge algo de belo, de bom, de útil.
Um abraço
ps. Diga ao Rogério Coimbra que estou
seguindo o conselho dele.
Tércio
11
Olá. 14/12/2006 00:28
Caro Reinaldo,
Faz tanto tempo não te mando e-mails.
Estive dando uma rápida olhada em poemas de Roberto Almada na Estação
Capixaba.
É um excelente poeta capixaba.
Espero ler mais coisas dele, com mais vagar - aproveitando, ainda, a
Estação Capixaba.
Embora ele seja - tenha sido - poeta genuinamente capixaba, não o
restringiria a excelente "poeta capixaba".
Diria que ele é um excelente poeta.
E como anda a publicação de seu romance pela Bertrand Brasil?
E como anda a coisa da publicação de "Romance Bilíngüe" pela Lei
Rubem Braga?
Aproveito para tentar completar o que disse sobre sua literatura, no
último e-mail que te mandei.
Não conheço suas poesias - não posso dizer nada sobre elas.
Li estes romances seus que citei no último e-mail: "Crônica de
Malemort", "Romance Graciano", e "Kitty aos 22".
Daí fiz comentários sobre sua literatura.
O que quero tentar complementar é que considero seus romances ótimos
romances genuinamente capixabas - identifique-se ou não com o tema -
que foram evoluindo à medida em que você ia escrevendo mais.
Talvez o que há de melhor em Mictória.
E que não restringiria seus romances a ótimos romances "genuinamente
capixabas".
Diria que são ótimos romances.
Assim como me arrisco a me considerar um bom dramaturgo genuinamente
capixaba - que tenta ser, também, poeta e contista.
E arrisco a não me restringir a me considerar um bom dramaturgo
"genuinamente capixaba".
Mas um bom dramaturgo.
Bem, espero que possamos trocar idéias pessoalmente em algum sábado,
na Logos.
Um abraço,
Tércio
ps. Leio Moby Dick.
É fascinante. Mas é a coisa mais estranha que já li.
12
Romance bilíngüe, etc. 01/01/2007 12:09
Caro Reinaldo,
Está perdoado.
(Pensei que você não fosse mais escrever!)
Quanto ao que você me diz sobre seus livros, torno a comentar alguma
coisa.
Sempre, como você bem diz, na ótica do leitor.
Não acho que você devesse se arrepender de "O Reino dos Medas". Não o
acho denso, maduro – e nele não há, me repito, a criatividade de forma
que vem a seguir, nos próximos romances. Mas não foi o caminho que
você seguiu. Creio que você poderia escrever coisas densas e maduras
prosseguindo no pique de "...Medas". Mas você se encontrou como
escritor de outra maneira. Amadureceu de outra maneira. Densa e
criativa.
Quanto a eu comparar "Kitty" com "Romance Bilíngüe", me refiro ao
pique, à densidade, à criatividade. Sem querer dizer que são
repetitivos.
Devo dizer que já tinha lido trecho de "Romance Bilíngüe" no site
Estação Capixaba. Daí, o que foi acrescentado com sua mensagem foi o
texto em inglês. De qualquer forma, foi legal.
No mais, creio que seguirei seu conselho sobre as mulheres.
No mais, tome cuidado para não morrer de susto, mal ou vício com o que
te digo: estou ouvindo, entre outras coisas, Miles Davis.
Um grande abraço,
Tércio
13
Moby Dick & As folhas da hera 04/01/2007
Caro Reinaldo,
Como te disse, estou lendo Moby Dick.
É uma aventura marítima impressionante.
E há toda uma aventura em, afinal nosso, mar interior. Há inúmeras
sacações de um acerto e profundidade impressionantes.
Me arrisco a dizer que lembram, até, Grande Sertão.
Mas há sacações das quais mantenho distância.
Reli faz pouco, pela terceira ou quarta vez, o trecho, em português, de
As Folhas da Hera.
Ou mudei eu, ou você mudou, ou sua literatura mudou, e muito, desde a
primeira leitura que fiz de A Crônica de Malemort, faz mais de vinte
anos: acontece que estou sentindo fluência nessa versão nova.
Então: há originalidade na forma – com fluência. Uma coisa
completamente diferente de Kitty. E o conteúdo é de grande
originalidade.
(Devo, necessariamente, dizer, que, como em Moby Dick, mantenho
distância de certas coisas).
Espero e-mail.
Quando nos vemos, na Logos ou no Centro da Praia?
Grande abraço,
Tércio
14
Tida. 20/01/2007 14:57
Caro Reinaldo,
Só para te dizer um pouquinho do que foi e do que espero ser a coisa
Tida.
Fui ambivalente e instável.
Daí, quase só trocamos idéias superficiais.
Ela viajou e disse que volta.
Espero ser menos confuso com ela e – enfim – nos encontrarmos e nos
conhecermos a fundo.
Um abraço,
Tércio
15
Rapidamente 22/01/2007 23:00
Olá, Reinaldo,
Deixe-me tentar te dizer sobre eu & Tida.
Eu, sim, declarei o lado afetivo, profundamente.
Afinal, trocamos várias mensagens e em algumas eu não fui nada
superficial.
E devo tê-la deixado meio assustada com minhas idas e vindas.
Mais desajeitado do que tímido, afinal.
Ela se mostrou muito inteligente e experiente e compreensiva.
Uma ótima pessoa – uma ótima mulher.
Espero a volta dela.
No mais, nada como uma praia neste Verão.
Um grande abraço,
Tércio
16
Trocadilhos infames 30/01/2007 08:16
Sem Tida.
Sem sentido (Sem razão).
Sem sentido (Sem direção).
Sentido (Sofrendo).
Sentido (Magoado).
Reinaldo, você foi um excelente cupido.
Eu, como te disse, fui ambivalente e instável.
Extremamente.
Um abraço,
Tércio
17
Convento, contido 17/02/2007 00:28
Caro Reinaldo,
Você está ocupado: não se preocupe em responder.
Vi as fotos do Convento já umas três vezes.
Na minha visão de leigo em fotografia e consumidor, achei excelentes.
(A sexta foto, creio que sexta, que mostra toda a construção, contra
um céu tão azul, tão limpo!)
A foto do Mestre Álvaro está, também na minha visão de leigo em
fotografia e consumidor, excelente.
É muito marcante de minha história de vida: foi lá que fiz a viagem
de cogumelo.
Noite de sexta. Ruído do ventilador.
Um abraço,
Tércio
ps. tenho trocado excelentes e-mails com a Tida (E mandei meu livro -
Poemas Terceiros - para ela)
18
Ainda Convento, ainda contido 17/02/2007 20:29
Caro Reinaldo,
Sobre as fotos do Convento, esqueci-me de dizer que – sempre com o
olhar de leigo em fotografia, consumidor – as fotos da ladeira
estreita, de pé-de-moleque são muito boas e lembram um certo quadro
de Homero Massena.
Continuo num diálogo de certa intensidade com a Tida - via e-mails.
Um abraço,
Tércio.
ps. Certamente disse algo muito impertinente no último e-mail...
19
Expedição ao Sol 04/03/2007 08:52
Caro Reinaldo.
"Fracassou a expedição ao Sol,
tudo em silêncio,
na saudade de um amor tão longe."
Isto aí são versos de uma letra de música lá dos anos 1970.
I mean que malbaratei tanto a coisa Tida que, ao que tudo indica, receio
ter acabado; afinal, uma coisa não tida.
De qualquer forma, para continuar sendo bilíngüe, digo que isto chove,
isto é it rains.
Dói pra caramba.
Um abraço,
Tércio
20
Expedição a Marte 09/03/2007 06:28
Caro Reinaldo.
Afinal, continuo a troca de e-mails com a Tida.
Um abraço,
Tércio
21
Expedição a Vênus 17/03/2007 23:18
Cara! Foi um golpe duro.
Foi um golpe duríssimo.
Agi com a Tida – virtualmente – em paranóia.
Literalmente paranóia.
Acho muito difícil que venhamos a reestabelecer algum diálogo.
Um abraço,
Tércio
22
A continuação da expedição a Vênus 25/03/2007 23:57
Caro Reinaldo.
A coisa eu/Tida continua.
Há momentos difíceis, em que penso que está tudo acabado.
Mas as dificuldades têm sido superadas.
Um abraço,
Tércio
23
Olá. 26/04/2007 07:17
Olá, Reinaldo.
Meu receio, agora, quanto à outra moça, é que ela, em sua busca de justiça
e paz, seja dessas pessoas que esquecem da ternura dos relacionamentos
mais imediatos.
Quanto ao livro sobre a obra de Sérgio Blank, parece ser algo
interessante. Embora eu não entenda patavina ou quase no nível
mestrado.
Devo te escrever mais ao longo do dia.
Um abraço,
Tércio.
24
Ulisses. 14/05/2007 23:02
Reinaldo.
Só para dizer que, lendo Ulisses, confirmo que, a meu ver, kitty aos 22
tem uma forte influência desse romance de Joyce.
(Há, como você sabe, inclusive, um/a personagem nomeada Kitty).
Arriscaria dizer que toda a sua obra tem uma influência, ora maior, ora
menor, de Joyce.
Um abraço,
Tércio.
25
Olá. 24/05/2007 23:33
Reinaldo,
Realmente, o melhor de Joyce é Dublinenses.
Retrato do artista quando jovem eu não li todo.
Estou quase no fim de Ulisses.
Não. Não se encontra o prazer usual na leitura de Ulisses. Encontra-se
um outro tipo de prazer de leitura.
Eu encontro prazer na leitura de Ulisses quando "vejo" Dublin antiga ou,
em outra direção, o acompanhamento de um dia na vida de uma pessoa.
Quanto a dizer que toda a sua obra é influenciada por Joyce - ou por
Ulisses - é um erro ou exagero.
Mas, a bem da verdade, senti uma grande proximidade entre Ulisses e
kitty aos 22.
Quanto a Finnegans Wake, eu manuseei a tradução nessa livraria perto
do Centro da Praia.
Bom, espero ter sido claro em minhas colocações.
Um abraço,
Tércio.
26
Olá. 18/06/2007 23:12
Olá, Reinaldo.
Penso se seria possível para mim participar de algumas "reuniões" do
Clube do Jazz.
(Muito só, penso em sociabilizações.)
E/ou, de alguma maneira, de falar sobre e/ou te mostrar uma tentativa de
início de romance que estou/estava fazendo.
Um abraço,
Tércio.
27
Olá. 20/06/2007 23:25
Olá, Reinaldo.
Você me deu uma espécie de 'autorização' para participar do 'clube
do jazz'.
Vou ver como estarei para ir lá nas próximas semanas.
Então o Marcos se antecipou e esteve no 'clube'...
Impressionante!
Bem... talvez eu o encontre – o Marcos – lá.
Penso em, de alguma maneira, reeditar os anos 1980.
Quanto ao romance, vou ver se tenho pique para ir escrevendo – e
mostrando a outras pessoas.
Bom, você me deu uma espécie de 'autorização' para escrever. Devo te
escrever mais nas próximas horas, nos próximos dias.
Um abraço,
Tércio.
28
Bo-Madali 21/06/2007 00:07
Olá, Reinaldo.
(Bo-Madali - ou Mo-Badali - significa 'sem sentido' num dialeto de Nova
Guiné. Aprendi com minha Tia Euzi.)
Este e-mail é meio Bo-Madali.
Vez ou outra eu me lembro de uma cena de (!) Vitória antiga.
Você que morou no centro da cidade poderá me ajudar nesta lembrança.
Os bares, as lanchonetes (ou equivalentes), os restaurantes de Vitória
eram, na década de 60 mais ou menos como era o Bar Santos até ser
vendido - quando? minha memória...
Certa vez, passando uma temporada na casa de meus avós, na Ladeira São
Bento, meu avô me levou à Praça Oito ou próximo à. Entramos numa
lanchonete - ou equivalente. De uma complicada torneira, saía um
líquido que parecia ser água com gás.
Tratava-se de hidrolitol.
Devo ter bebido. Mas não me lembro do gosto.
Delícia.
Delícia lembrar.
Deixo a idéia de se colocar estas e outras coisas de Vitória antiga em
literatura.
Um abraço,
Tércio.
29
Oi. 09/07/2007 22:54
Oi, Reinaldo.
Te peço que, por favor, quando você tiver uma folga, me mande alguns
nomes de jazzistas tradicionais e que peça – sei lá – ao seu filho
alguns nomes de rockeiros do terceiro milênio e me mande.
Fico esperando.
Um abraço,
Tércio.
ps. Hoje eu vi uma MULHER! (Precisava dizer isto a alguém.)
30
Digno de atenção. 15/07/2007 22:49
Reinaldo,
Você me mandou um e-mail ontem?
Recebi um e-mail muito estranho com o seguinte endereço: Estacao
Capixaba estacaocapixaba @ terra . com . br. Assim mesmo, repetindo,
desta forma o "Estacao Capixaba".
O texto deste e-mail era curto. Falava de livro seu terminado.
Se NÃO mandou, peço que você me avise.
Parece coisa de hacker.
Um abraço,
Tércio.
31
Etc. 17/07/2007 15:16
Reinaldo,
Ouvi a Jessica Williams e é ótima.
Devo procurar por ela e por esse Art Tatum na Siciliano.
Fim de mês, pensar em comprar algo.
Foi legal a sua ajuda.
Talvez eu vá hoje no clube do jazz.
Um abraço,
Tércio.
32
Estação Terceira. 18/07/2007 16:33
Reinaldo. Prometo tomar cuidado com Jessica Williams.
Ouvi o Art Tatum. Achei bom.
Quanto a entrar no site que você falou onde conseguira comprar faixas
de jazz, creio que não o farei; porque só sei mexer no super básico
de internet, e porque estou direcionando as coisas bastante para
comprar CDs.
Valeu o Art Tatum.
Um abraço, Tércio.
33
Mood construtivista. 21/07/2007 22:44
Parabéns, Reinaldo!
Vi a capa de seu livro e a resenha sobre o mesmo na Livraria Cultura on
line.
A capa parece ser muito bem escolhida. Também a resenha parece estar
muito bem escrita.
Penso em comprá-lo. E tentar lê-lo.
Ou compro no final do mês na Livraria Cultura on line – caso aceitem o
pagamento via boleto bancário –; ou compro já, com cheque pré-datado
- caso esteja à venda em alguma Livraria daqui (O que prefiro).
Peço que me diga se está à venda em alguma Livraria daqui – e, caso
esteja, em qual, ou quais.
(Vai ser a minha compra de livros do mês.)
Um abraço, Tércio.
ps. E o Romance Bilíngüe?
34
Segunda-feira 23/07/2007 07:53
Reinaldo,
1.Charlie Parker pode ser considerado jazz tradicional, ou, ao menos,
algo como Miles Davis?
2.Penso sobre minha tentativa de escrever um romance. Indeciso entre:
assumir que não consigo escrever um romance e deixar pra lá; escrever
algo super-fluente experimental; escrever algo mais tradicional - e
trabalhado.
Talvez vá ao clube do jazz.
Um abraço,
Tércio.
35
Segunda é o dia mais cruel. 23/07/2007 23:02
Reinaldo,
Blues eu não gosto. Nem com B. B. King.
Balada eu gosto muito. Isto é, gosto de rock balada. Devo já ter
ouvido algo de jazz com o pique de balada, mas não me lembro. Você
certamente conhece aquele standard do Leon Russell que, creio, pode ser
chamado de balada jazz.
O que você quer dizer com "estilo muito nervoso e tenso?"
Talvez eu goste de Charlie Parker – tirando o blues.
Mas creio que não comprarei o CD dele que está à venda na Siciliano -
a Siciliano é muito fraca em CD.
Devo pegar seu livro amanhã ou depois na Logos.
Obrigado pelas informações, inclusive sobre o que e como escrever.
Um abraço,
Tércio.
36
Jazz. 24/07/2007 16:53
Reinaldo, vejo que preciso aprender muito ainda sobre jazz. Vou fazer o
download do Art Tatum e ouvir.
Não devo ir ao Clube do Jazz, mas devo ir tentar conversar com uma
moça no Centro da Praia lá pelas seis e meia sete. Se me vir lá
perto, deve ser por isso.
Um abraço,
Tércio.
37
Ficha. 24/07/2007 21:52
Reinaldo: a moça que eu disse que encontrei no Centro da Praia, antes
de ficar na mesa do Clube do Jazz, é velha conhecida. Anos atrás
vendia roupas jeans. Agora gerencia e é vendedora numa loja
do Centro da Praia. Meio coroa enxuta, parece ter sido bem bonitinha
quando mais jovem. Ainda guarda resquícios de juventude e alguma
beleza. O corpo é bem magro e suficientemente sensual. Tem 'defeitos'
físicos, mas atrai. Conversei rapidamente com ela no Sábado passado.
Me atraiu e planejei encontrá-la e tentar sair com ela. Planejo,
agora, ir muitas vezes à loja e, no momento certo, convidá-la para
sair. Primeiro conversar bastante, depois fazer tudo com ela.
Acabou saindo este e-mail longo.
Mas, de qualquer forma, em qualquer situação, espero não perder o
controle no final, como hoje ao me despedir das pessoas e sair da mesa
do Clube.
Um abraço,
Tércio.
38
Livros. 25/07/2007 23:17
Reinaldo,
Comprei hoje "A longa história".
Comprei na Logos.
Terminei hoje de reler "Por quem os sinos dobram". Devo ler um pouco de
teatro nos próximos dias. Depois pensarei se continuo a seqüência de
livros que tinha planejado ou se leio o seu livro. Talvez passe algumas
semanas lendo livros curtos, muito conto, talvez, mesmo que fora da tal
seqüência.
Amanhã e talvez todos os dias até sábado, vá ver a Emília no
Centro da Praia. Talvez.
Preciso – PRECISO – ser mais calmo, mais sóbrio, mais controlado.
Repito que perdi o controle ao me despedir das pessoas, ontem.
Bom, isto é coisa minha.
Ainda não ouvi o último Art Tatum que você mandou. Hoje, mais de onze
da noite, não dá. Devo ouvir amanhã.
A Siciliano on line vende, também, CDs. É mais prático para mim
comprar com eles, mas, enquanto comprar com eles, será uma coisa bem
limitada.
Se der, dê-me mais nomes de jazzistas – tradicionais, que me interessa
agora, embora goste de jazz contemporâneo ou simplesmente
improvisação.
Um abraço,
Tércio.
ps. Foi um acidente ter mandado dois e-mails iguais, ontem.
39
In a good mood. 31/07/2007 21:18
Reinaldo,
Bom te encontrar no Clube do Jazz. E encontrar aquelas pessoas.
Como te disse, preciso ouvir bastante jazz se quiser conhecer.
Muitos dos nomes que você citou eu conheço: mas quase que só os
nomes. Pouco ouvi.
Estou lendo Oswald de Andrade. Serafim Ponte Grande. Por acaso, não
retomei a seqüência que planejava retomar.
De qualquer maneira, li texto para teatro de Nelson Rodrigues – o meu
primeiro contato com ele, que estava precisando ter faz muito. Pretendo
ler mais teatro – saltar para Shakespeare.
Aí então, ler A Longa História.
Um abraço,
Tércio.
40
Re: Emília. 09/08/2007 23:30
Reinaldo,
Exatamente. Perguntei a Emília, ontem, com quem ela morava para me
informar sobre
a coisa husband.
Não pensei no filho, que, afinal, mora com ela. Donde não há
a place of her own to
welcome me. Mas acho melhor: creio que me sentiria melhor com ela na
minha praia, na minha casa.
No mais, fui em frente, hoje. Ela me pediu emprestado livros de
literatura brasileira para o filho.
Levei Vidas Secas. Fui, realmente em frente: levei, também, para ela,
um exemplar de meu livro
"Poemas Terceiros".
Não sei como vão ficar as coisas com ela.
Um abraço,
Tércio
41
> Mensagem Original:
> Data: 18:19:50 09/08/2007
> De: Estação Capixaba <estacaocapixaba@terra.com.br>
> Assunto: Re: [Spam] Emília.
> Tércio, vai em frente. Isso de morar com a mãe é bom sinal por um lado (no
> husbands) e mau sinal por outro (no place of her own to welcome you). Mas
> tudo se arranja quando há vontade política. Pelo visto, você não sai desse
> centro da praia. E o filho, mora com ela e a mãe também?
>
> Um abraço,
>
> R.
42
> ----- Original Message -----
> From: <tercio50@oi.com.br>
> To: <estacaocapixaba@terra.com.br>
> Sent: Wednesday, August 08, 2007 11:09 PM
> Subject: [Spam] Emília.
>
>
> Reinaldo,
> Encontrei hoje a interessante moça do Centro da Praia.
> Progressos.
> Ela mora com a mãe.
>
> Devo ouvir, amanhã, mais do jazz que você mandou.
>
> Um abraço,
> Tércio.
43
Bicho. 21/08/2007 08:18
Reinaldo:
1. Registrado o convite.
2. Quanto a Emília, não a vejo faz alguns dias. Talvez eu
perscrute outras vitrines.
3. Talvez vá ao pequeno sítio da família por uns dias. Talvez me
torne um agricultor.
Um abraço,
Tércio.
44
Bela da tarde. 21/08/2007 22:58
Reinaldo.
"Longa História" parei lá pelo capítulo 21. Como te disse.
Emília tem ombros largos. Vi-a hoje. Conversei um pouco.
Belíssima a jovem mulher que vejo à tarde.
Um abraço,
Tércio.
ps. ainda não ouvi todo o jazz que você me mandou.
45
Bela da tarde – Cena 2. 22/08/2007 22:54
Reinaldo.
Hoje ouvi Aunt Hagar's Blues.
Digo o óbvio: não tem absolutamente nada a ver com o blues.
Gostei.
Não vi Emília hoje.
Tentei ver a Bela da Tarde. Não consegui.
Man... mulher belíssima...
Um abraço,
Tércio.
46
MP 3 ou Peace and Love. 23/09 21:58
Reinaldo, estava ouvindo o jazz que você me mandou no precário som do
PC. Agora passo a ouvir no MP 3 Player - passo a fazer nova
avaliação. Talvez vá ao clube na próxima terça e te digo qualquer
provável nova impressão.
Seu livro - A Longa História - acabou ficando para o final da
seqüência de leitura que pretendo fazer.
Comecei a ler o livro do Sinval Paulino sobre o Sérgio Blank parece ser
muito sério - se encontrar o Sérgio Blank, diga isto a ele, por favor.
Um abraço, Tércio.
47
Clube do jazz. 26/04/2008
Reinaldo:
Quanto tempo.
Talvez eu vá
ao Clube do Jazz
na próxima terça.
Abraço,
Tércio.
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Tércio Ribeiro de Moraes nasceu em Vitória, em 23 de novembro de 1955, e morreu também em Vitória, em 4 de maio de 2008. Desde cedo dedicou-se à literatura, tanto em verso como em prosa. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui.)
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