Dicionário topográfico da província do Espírito Santo (L - X)
L
Lagoa. Rio que nasce no sertão em 22º de latitude sul, pouco mais ou menos, e, correndo na direção norte, vai ter a uma lagoa próxima à colônia do Guandu, desaguando neste rio pela margem direita.
Lama Preta. Povoação no município de Viana. Tem uma aula de primeiras letras.
Lameirão 1. Rio no município de Itapemirim. 2. Grande parte do termo da cidade da Vitória alagado pelas águas do rio de Santa Maria e cortado pelos rios Maruípe e Manhuaçu.
Lemos. Povoação na estrada de São Pedro de Alcântara, entre o limite com a província de Minas Gerais e a povoação de São Pedro de Alcântara.
Leritibi, Leritiba. V. Benevente.
Lima. Pequeno rio que atravessa a estrada de Santa Teresa.
Limão. Pequena lagoa na margem direita do rio Doce, a 6 léguas de Linhares. Nas suas margens se projeta o estabelecimento de uma colônia.
Limeira. Porto no rio Itabapuana, 6 léguas acima do foz onde termina a navegação.
Linhares. Vila situada em uma alta barreira em forma de meia lua, superior a todos os terrenos que a rodeiam, que são várzeas e planícies extensas entre as lagoas de Juparanã, Juparanã Mirim e à margem esquerda do rio Doce, a 4 léguas do mar e a 14 léguas da Vitória. Confronta a leste com a freguesia da Barra Seca, a oeste, com a serra Geral, ao norte, com a Barra Seca, ao sul, com o rio Doce. O seu termo divide-se a leste com o oceano; a oeste, com a província de Minas Gerais pelo espigão da serra de Sousa, entre os rios Manhuaçu e Guandu; ao norte, com o termo de São Mateus pela linha leste-oeste da Barra de São Mateus, e ao sul, com o termo de Santa Cruz. É um pequeno ponto de comércio com os mineiros que aí levam para vender toucinho, carne de porco e de vaca, linguiças, queijos, arroz, fubá, fumo, rapadura, mandubi, cebolas, alhos, aves e compram sal que a vila importa do Rio de Janeiro. Cultura: mantimentos. Tem 333 fogos e 964 habitantes.
M
Maimbá, Mãebá. Lagoa no distrito de Benevente com bastante fundo. Comunica-se às vezes com o mar e está situada entre aquela vila e a de Guarapari.
Malaquias. Ilha de areia no rio Doce, abaixo da colônia Francilvânia.
Malha. Serra que é uma ramificação da Geral, onde nasce o rio de Santa Maria. Está toda em mato virgem.
Managé. Povoação entre o Itapemirim e o Paraíba de que fala Gabriel Soares de Sousa.
Mangaraí, Mangaiari. 1. Rio que nasce na serra Geral e, depois de engrossado com outros muitos, deságua na margem direita do rio de Santa Maria. É pedregoso e até 500 ou 600 braças da sua foz não é navegável. 2. Povoação com juiz de paz, no município da Serra, freguesia do Queimado. Tem uma aula de primeiras letras. Confronta a leste com o distrito do Queimado pelo rio de Santa Maria; ao oeste, com o do Rio Pardo por parte da linha norte-sul tirada da serra do Engano; ao norte não tem limite definido; e ao sul, com o distrito de Cariacica, pelo rio Tauá até ao lugar Boapaba, e daí até a lagoa de Cambê e desta ao rio de Calamba em direitura ao centro.
Manguinho de Terra. Ilha da baía do Espírito Santo e no extremo norte, na parte em que ela tem a direção norte-sul.
Manhuaçu. Rio na divisa da província do Espírito Santo com a de Minas Gerais.
Maracapicaba. Morro no município da Serra.
Maravilha. Pequeno rio que nasce na serra Geral, corre de leste a oeste e lança-se na margem esquerda do Caxixe.
Marçal. Ilha na baía do Espírito Santo próxima à margem sul. É pequena.
Maré-Caturé. Pequena ilha de pedra perto da ponta de terra Vau das Éguas.
Maria Fernanda. Ilha na baía do Espírito Santo, entre a ponta de terra da Pedra d'Água e a da Cruz das Almas.
Maria Lemos. Praia na margem sul da baía do Espírito Santo, a leste da praia das Formosas.
Maricará. Rio que nasce no morro Moxuara, corre quase de sul a norte e paralelo à costa ocidental da baía do Espírito Santo, em distância desta pouco mais de 2 léguas por entre montanhas. É estreito e profundo.
Marinho. Antigamente das Roças Velhas, rio que se deriva dos brejais e pequenas lagoas de Caçaroca, formadas pelas águas das chuvas e pequenas vertentes dos morros circunvizinhos. Comunica-se com o rio Jucu por um canal artificial. O curso mais geral, depois que recebe as águas do Jucu pelo canal, é de norte a sul. A sua foz é no ponto em que a baía do Espírito Santo, depois de correr desta à barra de leste a oeste, curva-se para tomar a direção de sul a norte até à foz do rio de Santa Maria. Daí até em frente do morro que domina a várzea Paul tem a mesma direção de leste a oeste, e naquele percorre o rumo de sul a norte como acima se indicou com mais ou menos tortuosidade. Antes de tomar essa curvatura, e em frente do morro Paul, estende um braço por uma vala artificial que toca a raiz do mesmo morro, e nas marés altas dá navegação a canoas até este ponto.
Mucurici. Rio no termo de São Mateus que nasce na lagoa Tapada ou Barra Seca e deságua no rio São Mateus, pela margem direita. É navegável 4 léguas desde a foz.
Marobá 1. Lagoa no município de Itapemirim, próxima ao litoral, entre aquela vila e a foz de Itabapuana. 2. Pequeno rio que deságua na lagoa do seu nome.
Maruiaçu. Rio que começa na extremidade norte da baía do Espírito Santo, e na parte em que ela tem a direção sul-norte, atravessando o Lameirão.
Maruípe, Maruhipe. 1. Rio que se forma das águas do Lameirão e deságua no mar, ao norte da ilha dos Frades. 2. Praia ao norte da embocadura do rio do seu nome, que vai acompanhando o saco que faz o mar até encontrar os rochedos da costa.
Meaípe, Miaípe. 1. Riacho no distrito de Guarapari que em alguns meses fecha a barra, banha pelo sul a povoação do seu nome e o pé do morro que serve de base à ponte, cuja foz prende um lagoão profundo. 2. Povoação no município de Guarapari, à beira mar, entre as ilhas de Benevente e de Guarapari, a meia légua desta última, em uma ponta que avança sobre o mar, terminando num espaçoso rochedo rodeado de outros que ficam separados dele por braços-de-mar e formam um remanso onde chegam as canoas ao abrigo dos ventos do norte. Seus habitantes empregam-se na cultura de mantimentos e pescaria de sardas. Tem uma escola de primeiras letras.
Meio 1. Rio no distrito de Mangaraí. Nas suas margens há minas do ouro. 2. Lagoa na margem esquerda do rio Doce entre a das Piabas, de quem recebe as águas, e a do Camargo.
Melgaço 1. Rio que atravessa a estrada de São Pedro de Alcântara, entre os quartéis de Borba e o de seu nome, em face do qual faz o seu curso, e do lado do oriente deságua no Jucu. Tem fama de ser diamantino, o que não está justificado. 2. Quartel na estrada de São Pedro de Alcântara adiante do quartel de Borba e a 6 léguas de Viana, hoje extinto.
Mestre Álvaro. Serra a 3 léguas da baía do Espírito Santo da qual faz parte o morro do mesmo nome, que é de forma circular, e a base prolonga-se para o sul, arrastando-se quase até ao mar. É cultivado em parte. Diz-se que nele se encontram esmeraldas e pedra imã.
Minas do Castelo. Lugar no termo de Itapemirim.
Mocoratã. Esteiro no distrito de Santa Cruz.
Monforte. Povoação a 18 léguas da vila de Viana. Foi na sua ordem o sexto quartel da estrada de São Pedro de Alcântara.
Monsarás 1. Lagoa na margem do rio Doce próxima ao litoral recebe as águas do rio norte e deságua no mar. 2. Quartel na margem da lagoa do seu nome, hoje extinto.
Montarroso. Córrego no município de Viana.
Moquiçaba. V. Muquiçaba.
Moreno 1. Ponta de terra na base do morro do seu nome. 2. Antigamente João Moreno, morro cônico que forma a ponta da parte do sul da baía do Espírito Santo. Da parte do mar é escalvado, e das outras mais ou menos povoado de arvoredo. Serve de baliza aos navegantes e tem um telégrafo.
Moruí.[ 9 ] Ilha no rio Doce, em frente da sesmaria de José Benedito de Cespes.
Moxuara.[ 10 ] Morro que se avista do mar. Diz-se que por muito tempo serviu de asilo a uma tribo de índios dos que habitavam o litoral anteriormente à conquista.
Mulundu, ou Mulundum. Rio no distrito da Vitória que deságua no de Santa Maria.
Muqui 1. Rio no distrito de Itapemirim que deságua na margem direita do rio Itapemirim. Dificilmente dá passagem na estação seca e na das chuvas, só em canoas pequenas porque tem 60 palmos de largura e 2 de fundo.
Muqui do sul. Rio que deságua no Itabapuana.
Muquiçaba. Povoação no distrito de Guarapari, na margem norte do rio deste nome e em frente à vila. É uma longa fileira de mais de 100 casas de palha e seus habitantes ocupam-se na pescaria de pargos no alto mar. Tem uma escola de primeiras letras.
Muribeca. Povoação no distrito de Itapemirim com uma capela filial da freguesia de Nossa Senhora do Amparo de Itapemirim. Seus habitantes cultivam mantimentos e açúcar.
Mutum. Córrego na colônia Francilvânia que deságua na margem esquerda do rio Doce, acima da foz do rio de São João.
N
Negros. Morro nos limites da freguesia de Cariacica com os da vila de Viana.
Neves. Rio que corre pelas terras da Muribeca, no Itabapuana.
Norte. Rio que corre nas imediações do quartel de Sousel, recebe todas as águas da declividade austral da serra de São João e vai lançar-se no Itapemirim pela margem setentrional.
Nossa Senhora da Boa Morte. Capela filial da matriz de Nossa Senhora da Vitória.
Nossa Senhora da Conceição. Capela filial da matriz de Nossa Senhora da Vitória, situada na cidade deste nome.
Nossa Senhora da Conceição do Alegre. Freguesia no município de Itapemirim. As suas divisas são principiando no valão Bananal, que deságua no rio Itapemirim ou Norte, às cabeceiras do ribeirão Alegre, e tudo quanto resta para o mesmo até sua barra no rio Itabapuana, e por este ao rio Preto acima a dividir com a província de Minas Gerais. Tem uma subdelegacia com os limites pelo rio, a partir da barra do ribeirão do Castelo e o rio Preto até a serra do Pico, tirando daí uma linha que seguirá até a direção da Bocaina dos Pilões, compreendendo todas as águas vertentes do rio Veado até encontrar o referido ribeirão do Castelo, de sorte que inclua as duas povoações do Veado e de São Pedro de Rates.
Nossa Senhora da Penha 1. Capela filial da matriz de Nossa Senhora da Conceição do Alegre. 2. Convento da ordem franciscana no cume do morro Penha, na vila do Espírito Santo.
Nossa Senhora das Neves. Capela em Muribeca, filial de matriz de Nossa Senhora do Amparo em Itapemirim.
Nossa Senhora da Vitória. Freguesia na cidade da Vitória.
Nossa Senhora do Amparo. Freguesia na vila de Itapemirim.
Nossa Senhora do Bonsucesso. Igreja na povoação de Orobó, filial da matriz de Benevente.
Nossa Senhora do Carmo. Fortaleza construída em 1726 para defender a cidade da Vitória.
Nossa Senhora do Rosário. Capela filial da matriz de Nossa Senhora da Vitória.
Nossa Senhora da Vitória. Forte levantado em 1726 para defesa da cidade da Vitória.
Nova Almeida. Ou simplesmente Almeida, antigamente Reis Magos. Vila num alto na embocadura e margem direita do rio dos Reis Magos, defronte do mar. Confina a leste com o oceano; ao oeste e sul, com o município da Serra, pela foz do rio Jacaraípe até ao lugar denominado Pedra de Belchior Dias, e daí pelo córrego que deságua na barra do rio Calogi. Desta, pelo rio Timbuí, ao braço do norte a encontrar a estrada de santa Teresa até o centro; e ao norte, com o município de Santa Cruz pelo rio Preto, desde a sua foz, no oceano, até encontrar com o Beririca. Tem Nova Almeida porto formado pelo rio Sananha. Nas marés grandes tem na preamar 10 palmos de fundo e na baixa-mar 4. Nas marés pequenas tem na preamar 6 palmos de fundo e na baixa-mar 4. Tem 328 fogos e 2.513 habitantes que se empregam na pesca, lavoura de mantimentos, olaria e fiação de algodão. Exporta seus produtos em canoas pequenas para Santa cruz e Vitória.
Nova Coimbra. Porto na margem do rio de Santa Maria.
Novo 1. Rio que deságua no Piúma pela parte do sul, uma légua acima da sua foz. 2. Rio no município de Nova Almeida. Não é vadeável.
O
Óleo 1. Quartel na vila de Viana. 2. Morro na vila de Viana.
Orobó. Povoação no distrito de Benevente, com uma igreja da invocação de Nossa Senhora do Bonsucesso, filial da matriz de Benevente, a 3 léguas do mar, nas cabeceiras do rio do mesmo nome e a uma légua de Piúma.
Ourem. Povoação no distrito de Viana, entre Serpa e Pena na estrada de São Pedro de Alcântara. Deve sua origem ao terceiros quartel que se estabeleceu nesta estrada.
Ouro. Córrego que nasce próximo à estrada de São Pedro de Alcântara e vai desaguar no rio de Santa Maria.
Ovos. Ilha em frente à água aberta, com a barra do rio Itapemirim.
P
Pacotes. Arrecifes na direção da embocadura do Jucu e ao sul da entrada da baía do Espírito Santo.
Palmas 1. Rio que nasce no sertão em lugar desconhecido e deságua na lagoa do seu nome. 2. Lagoa perto da margem esquerda do rio Doce que deságua na lagoa das Palminhas.
Palminhas. Lagoa na margem esquerda do rio Doce, onde deságua.
Pancas 1. Ilha no rio Doce com ¾ de légua de comprimento, defronte da foz do rio do mesmo nome. 2. Rio que nasce na serra Geral e deságua pela margem direita do rio Doce 2 ½ léguas da foz do rio Santa Joana. O nome de Pancas lhe foi dado em 1800 em obséquio ao conde de Linhares, que era senhor de Pancas em Portugal.
Pau-de-alho. Ribeirão do município de Itapemirim.
Pau Gigante. Ilha no rio Doce, a 12 léguas do porto de Sousa.
Pau Grosso. Ilha no rio Doce, defronte da sesmaria de José Benedito.
Pão-de-açúcar. Morro de forma cônica na margem sul da baía do Espírito Santo, defronte do forte de São João.
Papagaios. Ilha na baía do Espírito Santo, em frente do morro Jabituruna, que lhe demora ao sul, e da praia de Suá, que lhe demora ao norte.
Parati. Rio no limite de Benevente, corre a uma légua da vila deste nome.
Parda. Lagoa ao nordeste do quartel da Regência Augusta. Tem uma légua de comprido e 150 braços de largura e é piscosa.
Pardo. Rio que nasce na serra Geral e antes de receber o pequeno rio do mesmo nome, e o do Norte, assim como o de Cafarnaú, corre o espaço de 3 léguas sereno e silencioso, por uma planura sobre terreno elevado, mas terminado aquele espaço, despenha-se de uma altura calculada em mais de 500 braças, formando uma assombrosa catadupa, e cuja queda produz um estrondo que se ouve à distância de meia légua. Segue daí mais violento e, engrossado com aqueles rios, vai lançar-se no Itapemirim.
Pardos. Córrego no distrito da colônia de Santa Leopoldina que deságua no rio Bragança.
Parobas. Povoação no município de Viana, à beira do rio Santo Antônio.
Passagem. Rio no distrito da Vitória.
Patos. Rio que nasce na serra Geral e corre a uma légua de Monforte, desaguando no Itapemirim.
Paurica. Córrego do distrito de Benevente.
Pedra. Rio que nasce em lugar desconhecido e, cortando duas vezes a estrada de Viana a Ourem, lança-se no Jucu pela margem esquerda.
Pedra d'Água 1. Riacho que serve de divisa entre a cidade de São Mateus e vila da Barra de São Mateus. 2. Ponta de terra na margem sul da baía do Espírito Santo, e na base do morro do mesmo nome. 3. Morro na margem sul da baía do Espírito Santo, perto do esteiro Arabiri.
Pedra da Mulata. Povoação no município de Viana. Tem uma escola de primeiras letras.
Pedra Queimada. Medonho penhasco próximo à estrada de São Pedro de Alcântara, entre os quartéis de Vila Viçosa e Monforte.
Pedras. Rio pequeno que nasce na serra Batatal e deságua na margem esquerda do Benevente.
Peixe verde. Rio no distrito de Guarapari.
Penedo. Penhasco em frente ao pequeno forte de São João, próximo à capital.
Penha. Morro parecido com um pão de açúcar, na margem meridional da baía do Espírito Santo. Está assentado em uma planície que se dilata para o sul até confundir-se com as margens do oceano e com as várzeas espaçosas do rio Jucu e que é sulcada em carreira tortuosa pelo rio da Costa. Na sua base, para o lado da marinha, está a fortaleza de São Francisco Xavier. Embaixo na planície está a vila do Espírito Santo. Por todos os declives do morro até começar a planície descem renques intrincados de arvoredos misturados de massas enormes de granito que o tempo tem derrocado das suas sumidades, e o seu cume é formado por um só rochedo escalvado com 120 braças de circunferência, revestido delgadamente de uma crosta denegrida. Sobre esta mole é que está a igreja e convento da Penha.
Pena. Povoação na estrada de São Pedro de Alcântara, entre Garrafão e Ourem.
Pequena. Ilha na baía do Espírito Santo, próxima à ilha do Pinto e abaixo da foz do Cariacica.
Perocão 1. Povoação a uma légua de Guarapari. Os habitantes empregam-se em pescaria na costa. 2. Rio no distrito de Guarapari que dá passagem a canoas por espaço de uma légua. 3. Morro e serra na costa que é ramificação da serra de Guarapari.
Peruípe. Rio que é corrente somente quando as chuvas fazem transbordar a lagoa Jucuném. Sai ao mar da ponta do Tubarão, na latitude 20º 2' 30" e longitude 45º 52' 20".
Pesqueiro. Rio no município da Serra.
Pexingolé. Sítio no distrito de São Mateus.
Piabanha 1. Rio no distrito de Itapemirim que deságua no município de Itapemirim. 2. praia no distrito de Itapemirim.
Piabas. Lagoa na margem esquerda do rio Doce, abaixo da lagoa de Aviz, que recebe as águas de um pequeno rio e deságua na lagoa do Meio.
Piá-Pitangui. Lugar no distrito de Viana e a 2 léguas dessa vila. Tem uma escola de primeiras letras.
Picão. Lugar no termo da vila de Benevente. Tem uma escola de primeiras letras.
Pico. Serra muito alta, ramificação da serra Geral.
Picoã. Rio que deságua na parte do sul do Iriritiba.
Pimentas. Rio no distrito de Viana.
Pinguela. Rio no distrito de Itapemirim que deságua no rio Iconha.
Pinhel. Povoação sobre a estrada que do cachoeiro do rio de Santa Maria vai encontrar a de São Pedro de Alcântara. Foi originariamente um quartel.
Pinto. Ilha na baía do Espírito Santo, abaixo da foz do Cariacica.
Piraém 1. Ponta de terra ao norte da do Tubarão. 2. Regato que corre junto a Nova Almeida.
Pirané. Fundeadouro em Nova Almeida, à direita da barra do Rio Novo ou Timbuí, a 30 braças da costa. Tem 8 a 30 palmos de fundo, abrigado de todos os lados menos de leste. Vento pouco freqüente nesta parte da costa.
Pirão-sem-sul. Serra no distrito de Viana.
Pirapitinqa. Rio pequeno que nasce na serra do Batatal e deságua na margem esquerda do rio Benevente.
Piraqueaçu 1. Povoação na margem do rio de que tomou o nome, 3 léguas ao poente de Santa Cruz, e vulgarmente conhecida por "Destacamento". Tem uma capela filial da matriz de Santa Cruz. Os seus habitantes fabricam cal de marisco. 2. Rio no distrito de Santa Cruz que nasce na mataria da margem direita do rio Doce É navegável em tempo seco para barcos pequenos até a distância de 3 léguas; para barcos que demandem até 10 palmos, somente duas léguas; para canoas grandes, até ao lugar Santana, mais de 4 léguas acima da barra. No tempo das águas, porém, chegam as canoas até ao sítio do Simão, pouco abaixo do primeiro cachoeiro. Tem este rio, onde conflui o Piraquemirim, 9 palmos de fundo, depois 16 braças, 14, 12 e vai diminuindo. Deságua no rio de Santa Cruz, ao pé da vila deste nome.
Piraquemirim. Rio no distrito de Santa Cruz que nasce na mataria ao sul e deságua junto com o Piraqueaçu, no rio de Santa Cruz. Tem 5 a 9 palmos de fundo em maré grande vazia. É navegável para barcos em preamar até 2 léguas e, para barcos pequenos, até 2 ¼ léguas. canoas grandes vão, com a preamar, até o Campinho.
Piratininga 1. Fortaleza. V. São Francisco Xavier. 2. Dava-se antigamente este nome ao rio da Costa. 3. Campo na margem esquerda do rio da Costa e margem sul da baía do Espírito Santo. Pertence ao distrito da vila do Espírito Santo.
Pitiaias. Pedras à flor d'água, na costa ao sul da barra da baía do Espírito Santo.
Piúma 1. Porto no distrito e a 2 léguas de Benevente, formado pelo rio do seu nome. Nas marés grandes tem na preamar 8 palmos de fundo e na baixa-mar 3. Nas marés pequenas tem na preamar 6 palmos de fundo e na baixa-mar 4. Nas marés-cheias de março e agosto tem 10 a 11 palmos de fundo. 2. Rio no distrito de Benevente que nasce na serra Geral, recebe o Itapoana e o Novo, e com 8 léguas de curso passa pela povoação do seu nome e vai desembocar no mar 4 léguas ao norte do rio Itapemirim, em 91º 25' 58" de latitude e 43º 9' 56" longitude. Corre do norte quase paralelamente ao Benevente, dá navegação para canoas até a "Bocaina", ou até 3 léguas, na cachoeira da Mesa Grande. 3. Povoação e distrito policial na embocadura e margem esquerda do rio do seu nome, 2 ½ léguas ao sul da vila de Benevente, a cujo município pertence. Quatro léguas ao norte da vila de Itapemirim. Foi em sua origem um aldeamento de puris. Confronta a leste com o oceano, ao oeste, com o distrito do Cachoeiro por uma linha tirada da marca do Colégio aos cachoeiros do rio Itapemirim, ao norte, com o distrito de Benevente, pelo rio Iriri e ao sul, com o de Itapemirim, pelo morro Agá no litoral, e daí para o centro, por uma linha leste-oeste. Tem 50 fogos. Os habitantes empregam-se na cultura de mantimentos, comércio de madeiras-de-lei, pescaria. Tem um estaleiro para lanchas e sumacas.
Piúmas. Ilhotas em frente da foz do rio Piúma.
Pixibas. Rio no distrito da Barra de São Mateus.
Pombas. Ilha na baía do Espírito Santo, quase em frente e a leste da garganta que ela faz entre o Pão-de-açúcar e a fortaleza de São João.
Ponga. Rio que deságua na parte do sul do rio Benevente.
Ponta da Fruta. Povoação no distrito de Guarapari. Tem uma escola de primeiras letras. Os habitantes empregam-se na pesca.
Porto Velho. V. Itacibá.
Prazeres. Ilha no rio Doce, em frente da sesmaria de Alexandre Maria de Mariz Sarmento.
Preto 1. Rio que nasce na lagoa Parda e deságua no Doce trinta braças acima do quartel da Regência Augusta. 2. Rio no distrito de Santa Cruz que nasce na serra Geral e, depois de dividir o distrito de Santa Cruz do de Nova Almeida, lança-se no oceano entre o rio Gramuté e o de Nova Almeida. 3. Rio no distrito de Itapemirim que nasce na serra Geral e deságua no rio Itabapuana. Dá navegação a canoas desde a sua foz até ao primeiro cachoeiro em que há 4 léguas de comprimento, corre pelo meio de um brejo profundo cheio de aguapé que dificulta e embaraça a navegação. 4. Pequeno rio que depois de receber as águas do Cascalho atravessa a estrada de Viana a Ourem e lança-se no Jucu pela margem esquerda. 5. Dá-se também este nome ao Itabapuana, mas somente até pequena distância das suas cabeceiras.
Príncipe. Ilha na baía do Espírito Santo, defronte da pedra dos Lázaros.
Puri. Rio que nasce na serra Batatal e deságua na margem esquerda do Benevente.
Q
Quarenta Mil Réis. Volta no rio de Santa Maria.
Quatinga. Rio pequeno que deságua na margem direita do rio Benevente.
Quebra Joelho. Morro por onde passa a estrada de Santa Teresa e que tem 400 braças da rampa e contra-rampa.
Queimado. Freguesia no município da Serra dividindo-se com a deste nome pelo rio Tangui e porto do Una, seguindo a margem do Brejal até a ponte do mesmo nome. Depois em linha reta até à estrada de São João na ladeira das pedras, compreendendo Itapocu e todo o Caioaba. Com a freguesia de Cariacica divide-se pelo rio Tauá até Boapaba, seguindo daí até a lagoa do Cambê, e desta ao rio Calamba em direitura ao centro. Compreende o distrito de paz de Mangaraí. Tem 508 fogos e 3.192 habitantes.
Quilombola. Ponta de terra no rio Doce, margem esquerda, e uma légua em frente da foz do rio Preto.
Quiricaré. V. São Mateus (rio)
R
Rosa. Ilha pequena à entrada do porto de Guarapari. Entre a costa e os moleques desta ilha podem passar navios, porque tem de 20 a 12 braças de fundo.
Rato. Pedra à flor d'água no saco que faz o mar na margem sul da baía do Espírito Santo, entre os pontais Ucharia e Vau das Éguas.
Regência Augusta ou Quartel da Regência. Povoação na margem direita da embocadura do rio Doce, 300 braças acima da sua foz, a 8 léguas de Riacho, e a 15 braças da foz do rio Preto. Foi primitivamente um quartel e deu-se-lhe aquele nome para perpetuar o do Príncipe Regente depois Dom João VI. Os habitantes empregam-se na pesca.
Reis Magos. Comarca ao norte da província, compreende os municípios de Linhares, Santa Cruz, e Nova Almeida. Antes de 1862 denominava-se de Santa Cruz.
Reis Magos 1. V. Nova Almeida (vila). 2. Rio no município de Nova Almeida que nasce na serra do Mestre Álvaro, corre para o oriente e rega sucessivamente Santa Cruz e Nova Almeida, lançando-se no oceano na latitude 49º 39' 54" e longitude 42º 39' 54". Sobem por ele sumacas até Nova Almeida e daí por diante canoas até 5 léguas. Na embocadura forma um pequeno porto.
Reritiba, Rerigtiba, Reritigba. V. Benevente.
Restingas. Ilha na baía do Espírito Santo, a oeste da ilha dos Papagaios e ao sul da restinga que da ilha do Boi vai a praia de Suá.
Riacho 1. Povoação na embocadura do rio do mesmo nome, 6 léguas ao norte de Nova Almeida, 4 léguas de Santa Cruz e 8 léguas da Regência Augusta. Tem uma escola de primeiras letras e uma capela filial da matriz de Santa Cruz. 2. Ribeiro no distrito de Nova Almeida que nasce na lagoa de Aguiar, atravessa o brejo do seu nome, recebe as águas do rio Comboio e deságua no Oceano. A barra só admite grandes canoas que navegam até a aldeia do Campo do Riacho. Dá passagem em maré vazia. 3. Campo na margem do ribeiro do seu nome.
Rico. V. Córrego Rico.
Rio Claro. Cachoeira no rio Jucu, perto da sua cabeceira. As águas neste lugar são por extremo claras.
Rio Doce. Porto no distrito e a 8 léguas da vila de Linhares, formado pelo rio Doce; nas marés grandes tem na preamar 18 de palmos de fundo, e na baixa-mar 8. Nas marés pequenas tem na preamar 12 palmos de fundo, e na baixa-mar 8. Este fundo é no cordão da barra, que tem 3 a 4 braças de largura e às vezes chega a 20 e mais palmos nas marés grandes. Fora do cordão tem mais de 4 braças e dentro até aos pontais, 3 braças.
Rio Novo 1. Colônia no distrito de Itapemirim, na margem norte do rio deste nome e além do Rio Novo, formada com indivíduos de diferentes nações, que cultivam mantimentos, açúcar, café. Tem uma escola de primeiras letras. 2. Rio no município de Itapemirim que nasce na serra e deságua na margem direita do Piúma. Por estar obstruído, não presta para a navegação de canoas.
Rio Pardo. Povoação no município da Vitória, à margem do rio do seu nome, 10 léguas a leste da do Alegre. Confronta a leste com o distrito de Viana pela serra do Engano em linha norte-sul, e com o de Mangaraí pela continuação da linha tirada da dita serra; ao oeste, com a província de Minas Gerais pelo ribeirão José Pedro; ao norte, com o distrito de Linhares pela linha divisória dos municípios da Vitória e Linhares; e ao sul, com o distrito do Alegre pela linha de separação dos municípios da Vitória e Itapemirim. É distrito de paz. Tem 70 fogos.
Roças Velhas. Dava-se antigamente este nome ao rio Marinho.
S
Saí. Rio pequeno no distrito de Santa Cruz que deságua uma légua ao sul do Riacho.
Sal. Ilha no rio Doce, acima da das Frecheiras, e assim chamada porque ao chegar a ela perderam uns mineiros porção de sal que levavam para Minas, voltando-se a canoa por ter passado por cima de uma ponta de pedra.
Salgado. Povoação antiga nas cabeceiras do Itapemirim que foi arrasada pelos índios bravos.
Salinas. Rio no distrito de Benevente, braço do rio deste nome. Formam-se nele depósitos salinos de que se servem os moradores próximos para uso doméstico.
Salvador. Ilha no bojo que faz o Cariacica em frente do sítio Santo Antônio, com casa de vivenda, cultura de café, mantimentos e árvores frutíferas.
Sambambaia. Povoação na estrada de São Pedro de Alcântara, entre Barcelos e Garrafão.
Sananha. Rio no distrito de Nova Almeida. É navegável para barcos até meia légua e será até 4 léguas, uma vez que se quebrarem umas pedras que tem na primeira distância, para o que não é preciso grande trabalho. Canoas grandes vão muito além de 4 léguas. Reúne-se ao Fundão nas Duas Bocas e vão assim juntos desaguar no oceano.
Sanê. Brejo no município de Santa Cruz.
Santana 1. Sertão na vila da Barra de São Mateus. 2. Povoação na margem direita do rio de mesmo nome, distrito de São Mateus. 3. Rio que nasce na serra de Itaúnas e que é engrossado com as águas do rio São Mateus 4 léguas abaixo da cidade deste nome. É navegável por quase três léguas. 4. Minas de ouro entre os rios Castelo e Córrego Rico.
Santa Catarina das Mós. Campo entre a ponta dos Manguinhos e o rio Itabapuana, perto da ponta do Retiro, onde se acham vestígios de antiga povoação e, em cima de um cômoro, umas mós. É, segundo o direito, o limite sul da província do Espírito Santo, mas de que está de posse, pelo direito do mais forte, a província do Rio de Janeiro.
Santa Clara. Picada que se dirige da cidade de São Mateus ao ribeiro de Pedras, afluente do Mucuri e se entronca na estrada, que vindo de Santa Clara para Filadélfia, segue daí para Minas Novas, onde a encontra a estrada geral do Rio à Bahia. Foi aberta em 1858 a fim de comunicar a cidade de São Mateus à colônia do Mucuri. Tem 28 léguas.
Santa Cruz. Porto formado pelo rio do seu nome. Nas marés grandes tem na preamar 14 palmos de fundo e na baixa-mar 7; nas marés pequenas tem na preamar 10 palmos de fundo e na baixa-mar 7; na estação das chuvas aumenta um palmo. 2. Antigamente Aldeia Velha, rio formado pela junção dos dois Piraquês. É bastante fundo e largo, a corrente é muito demorada por causa da violência da maré, que sobe mais de 4 ½ léguas. A barra é boa e capaz para entrarem grandes sumacas, que sobem três léguas até ao lugar denominado Guambu. 3. Antiga comarca que passou a denominar-se dos Reis Magos. 4. Antigamente Aldeia Velha, vila assentada na margem sul do rio do seu nome, meia légua acima da foz, 3 léguas de Nova Almeida e 12 léguas da Vitória. Confronta a leste com o oceano; ao oeste e norte, com o distrito de Linhares pela linha leste-oeste que limitava o termo de Nova Almeida pelo lado do norte conforme o tombo de sua criação; ao sul, o de Nova Almeida pelo rio Preto, desde a sua foz no oceano até encontrar-se com o Beririca, e por este até a sua nascença, e pela linha leste-oeste desta para o sertão compreendendo todo o território ao norte dos referidos rios e linha. O seu termo divide-se a leste com o oceano; ao oeste, com a província de Minas Gerais; ao norte, com o termo de São Mateus; e ao sul, com o da Vitória. Tem uma fonte denominada "Tanque". Tem 704 fogos e 2.837 habitantes que cultivam café, açúcar, mantimentos, e empregam-se no corte de madeiras. 5. Ilha no Lameirão. 6. Era o nono quartel da estrada de São Pedro de Alcântara, a 3 léguas de Chaves e 27 léguas de Viana.
Santa Isabel. Colônia na margem do Jucu, entre este rio e o do Braço do sul, uma légua e meia da vila de Viana, 4 ½ léguas da Vitória. Formada com famílias alemães no princípio do ano de 1847 em terreno fértil, montanhoso, cortado de ribeiros, clima saudável. Conta 700 habitantes que cultivam café, mantimentos, criam algum gado vacum e cavalar. Tem uma capela dedicada a São Bonifácio.
Santa Joana. Rio que nasce na mataria da margem direita do rio Doce em 19º de latitude sul, pouco mais ou menos, e deságua na margem direita do rio Doce, abaixo da foz do Guandu. No tempo da seca é facilmente vadeado.
Santa Leopoldina. Colônia na margem do rio de Santa Maria e pelas margens dos ribeirões de Bragança, Farinha Grande, Farinha Pequeno e Pardo, distante da Vitória 8 léguas por terra, e 11 léguas por viagem fluvial. Os terrenos não são todos igualmente férteis, de leste-oeste o solo é mais pobre do que do norte-sul. Contém 1.016 habitantes que cultivam café e mantimentos. Foi esta colônia fundada em 1857.
Santa Luzia 1. Morro a leste do monte Moreno, ao sul da entrada da baía do Espírito Santo. 2. Ponta de terra na base do morro do mesmo nome. 3. Capela na cidade da Vitória, filial da matriz de Nossa Senhora da Vitória.
Santa Maria 1. Rio que nasce na serra Geral e, correndo por espaço de 12 léguas no rumo do norte, lança-se na baía do Espírito Santo. Dá navegação a canoas até quase a serra onde está a cachoeira de José Cláudio. 2. Cachoeira no rio Jucu, no município de Viana. 3. Rio que nasce na mataria da margem direita do rio Doce, onde entra abaixo da foz do rio de Santa Joana. 4. Colônia na margem do rio do seu nome, entre as cachoeiras Grande e José Cláudio.
Santa Rachel. Córrego no município de Itapemirim que deságua no ribeirão Pau-de-alho.
Santa Teresa. Vulgarmente do Cuieté, estrada destinada a estabelecer a comunicação da província do Espírito Santo com a de Minas Gerais. Parte do município da Serra a buscar a direção da pedra do Urubu, no ponto da Natividade, limite entre as duas províncias. Tem, pouco mais ou menos, 23 léguas de extensão, é estreita e só serve para cavaleiros e viandantes.
Santo Agostinho 1. Rio que nasce na serra Geral, ao norte da estrada de São Pedro de Alcântara, a qual atravessa e, depois de servir de limite ao distrito de Viana, se lança junto com o Itaquari no Jucu, pela margem esquerda. 2. Sertão que se rompeu em 1813 para se estabelecer a povoação, hoje vila, de Viana.
Santo Antônio 1. Córrego no município de Itapemirim que deságua no ribeirão Pau-de-alho. 2. Ponta de terra na baía do Espírito Santo. 3. Nome primitivo da ilha que depois se chamou Duarte Lemos e em que está assentada a cidade da Vitória. 4. Lagoa na margem esquerda do rio Doce, onde deságua. Fica acima da Terra Alta.
Santo Inácio 1. Forte levantado em 1726 para defender a cidade da Vitória. 2. Rio que nasce em lugar desconhecido e, depois de cortar a estrada de Viana a Ourem, lança-se pela margem direita no rio Santo Agostinho.
São Benedito. Capela na cidade de São Mateus.
São Borombom. Ribeiro que deságua na baía do Espírito Santo.
São Caetano. Córrego no município de Itapemirim que deságua no ribeirão Pau-de-alho.
São Diogo. Forte levantado em 1726 para defesa da cidade da Vitória.
São Domingos. Rio no distrito da Barra de São Mateus que nasce na serra dos Aimorés e descarrega as suas águas no rio Santana, o qual entra no de São Mateus.
São Francisco Xavier. Antigamente Piratininga, fortaleza entre a vila do Espírito Santo e o monte Moreno, ou melhor, entre a ponta Ucharia e o rio da Costa, na margem sul da baía do Espírito Santo, e na base do morro da Penha. Serve para tomar o registo das embarcações que entram na baía do Espírito Santo. É guarnecida com 5 praças e um oficial inferior.
São João 1. Fortaleza na margem norte da baía do Espírito Santo e na garganta que faz entre a mesma fortaleza e o Pão-de-açúcar, com uma bateria sobre o morro junto à mesma fortaleza que se fez em 1808, e o reduto do cume do morro no tempo dos Felipes. 2. Serra distante do quartel de Monforte uma légua, por onde passa a estrada de São Pedro de Alcântara. O seu cume está a meia légua da base. 3. Rio que nasce em sertão não explorado e deságua na margem esquerda do rio Doce, na colônia Francilvânia.
São João de Carapina. V. Carapina.
São João Nepomuceno. Povoação na estrada de São Pedro de Alcântara, entre a povoação deste nome (antigo aldeamento Imperial Afonsino) e a povoação de Barcelos.
São Joaquim. Riacho no distrito de São Mateus que cursa entre este rio e o de Itaúnas. Foi aproveitado para dar saída pelo canal de Itaúnas à navegação do rio Itaúnas pela barra do São Mateus por desaguar na margem esquerda deste rio e perto da sua foz.
São José. Povoação nas vertentes do Itabapuana, município de Itapemirim.
São José do Calçado ou simplesmente Calçado. Distrito de paz no município de Itapemirim.
São José de Cariacica. V. Cariacica.
São José do Queimado. V. Queimado.
São Mateus 1. Comarca que fica no limite norte da província do Espírito Santo e compreende a cidade do seu nome e a vila da Barra de São Mateus. 2. Porto formado pelo rio do seu nome e o mar. Serve não só para a vila da Barra de São Mateus como para a cidade de São Mateus. Nas marés grandes tem na preamar 12 palmos de fundo e na baixa-mar 4; nas marés pequenas tem na preamar 8 palmos de fundo e na baixa-mar 4 ½. Nas marés de março e agosto a água sobe mais dois palmos. A barra só se pode demandar nas marés-altas. 3. Antigamente Cricaré, Quiricaré, rio que nasce na serra dos Aimorés, recolhe pela margem esquerda perto de suas cabeceiras o ribeiro Cotaché e depois de haver atravessado, do poente para o nascente, toda a província fazendo muitas voltas, rega a cidade do seu nome e 4 léguas abaixo dela recolhe o rio de Santana, lançando-se no oceano perto da vila da Barra de São Mateus e a 10 léguas ao norte do rio Doce. Seu leito é largo e profundo. Navegam até 10 léguas, duas além da cidade de seu nome, barcos que demandam 10 palmos de água e até a dita cidade os que demandam 8. Para uma e outra navegação é necessário que a maré esteja em preamar. Por canoas grandes de carga é navegável até 15 léguas da barra, sendo necessário que a maré esteja de preamar para avançar-se além de 12 ½ léguas, por causa de baixio que aí existe. Para canoas pequenas e sem carga é navegável 25 léguas. 4. Cidade sobre a margem direita do rio do seu nome, a 8 léguas do mar e da vila da Barra de São Mateus, 28 léguas ao norte da foz do rio Doce. Situada grande parte sobre um morro, rodeada de pântanos e paús. Divide-se do distrito da Barra de São Mateus pelo riacho da Pedra d'Água para o território que fica a oeste do dito riacho; o seu termo confronta a leste com o oceano; ao oeste, com a província de Minas Gerais pela serra dos Aimorés; divide-se do termo de Santa Cruz pela Barra Seca no litoral; quanto ao centro, está indefinido. As terras são férteis. Tem 524 fogos e 3.602 habitantes que cultivam café, cana-de-açúcar, mantimentos. A principal cultura é a da mandioca, de que fabricam grande quantidade de farinha. Tem uma aula de latim e escolas de primeiras letras para ambos os sexos, três olarias de telha e tijolo, uma serraria movida por água, uma igreja matriz e uma capela da invocação de São Benedito. 5. Nome dos pontais norte e sul da embocadura do rio do seu nome.
São Miguel 1. Rio na freguesia do Queimado, na margem meridional do rio Santa Maria, desaguando neste pela margem direita. 2. Povoação na freguesia do Queimado, na margem do rio do mesmo nome.
São Pedro de Alcântara 1. Primitivamente Imperial Afonsino, povoação na estrada de São Pedro de Alcântara começada por um aldeamento de índios puris. 2. Vulgarmente estrada de Rubim; estrada que segue de Porto Velho, ou Itacibá, a Viana e daí, acompanhando mais ou menos afastado o curso do rio Jucu, vai entrar na província de Minas Gerais, na freguesia de Abre-campo. Apesar de ter sido aberta com bastante largura, hoje só serve para viandantes e tropas. Tem mais de 70 léguas.
São Rafael. Rio que nasce no sertão e deságua na lagoa Juparanã.
São Sebastião de Itaúna. V. Itaúna (freguesia).
São Tiago. Rio que nasce na serra Geral e deságua na margem esquerda do Itabapuana, na parte em que este rio tem o nome de Preto.
Serpa. Povoação entre as vertentes dos rios Pardo e de Santa Maria, sobre a estrada que, da cachoeira deste rio, vai à de São Pedro de Alcântara. Foi originariamente um quartel.
Serra (Nossa Senhora da Conceição). Vila por baixo do morro Mestre Álvaro, 5 léguas ao norte da Vitória. Divide-se a leste com o oceano; a oeste, com o distrito do Queimado, pelo rio Tangui, porto do Una, seguindo a margem do brejal até a ponte do mesmo nome, depois em linha reta até à estrada de São João, compreendendo Itapocú e Caioaba, e com Linhares sem limite definido; ao norte, com o de Nova Almeida, pela foz do rio Jacaraípe até ao lugar denominado Pedra do Belchior, e daí pelo córrego que deságua na barra do rio Calogi, e deste pelo rio Timbuí, ao braço do norte, a encontrar a estrada de Santa Teresa até o centro; e ao sul, com o de Carapina pelo rio Manguinhos no litoral, e daí por uma linha tirada à malha branca do Mestre Álvaro, daí ao porto do Una, seguindo depois ao Tangui até a sua barra, no rio Santa Maria, com o termo de Santa Cruz pela foz do rio Jacaraípe até ao lugar Pedra do Belchior e daí pelo córrego que deságua na barra do rio Calogi, deste pelo rio Timbuí ao braço do norte a encontrar a estrada de Santa Teresa até o centro. Tem uma escola de latim, 419 fogos, 2.524 habitantes e todo o termo em que se compreende a freguesia do Queimado 927 fogos, 5.716 habitantes, cultura café, açúcar, mantimentos.
Simão. Ilha no rio Doce perto de Linhares, que tomou o nome do primeiro indivíduo que nela cultivou.
Siqueira. Córrego no município de Viana.
Sousa 1. Quartel e porto na margem sul do rio Doce, 2 léguas abaixo da foz do Guandu e limite neste ponto entre a província do Espírito Santo e a de Minas Gerais, a 32 léguas da foz do rio Doce. 2. Pequena serra perto do porto do seu nome, é pelo espigão dela que passa a linha divisória da província do Espírito Santo com a de Minas Gerais.
Sousel. Quartel na estrada de São Pedro de Alcântara, a 3 léguas de Monforte.
Suá 1. Ponta de terra na margem norte da baía do Espírito Santo, próxima da ponta de Bento Ferreira. 2. Praia no município da Vitória que fica entre a embocadura do Maruípe e a ponta do seu nome.
Suaçu. Ilha ao norte e na embocadura do rio Maruípe.
Suja. Praia na embocadura do rio Doce.
Surucucu. Rio que atravessa a estrada de São Pedro de Alcântara, entre Bragança e Pinhel, corre para o norte e deságua no de Santa Maria.
Sururus. Ilha na baía do Espírito Santo, próxima à ilha Pequena.
T
Tabucu. Rio pequeno.
Tagano. Ponta de terra na base do monte Moreno.
Taieis. Covil de arrecifes que começam em uma ilhota ao norte da ilha dos Frades e vão terminar na extremidade leste da praia de Maruípe.
Taniui. Rio no distrito de Carapina que deságua no porto do Espírito Santo. É navegável por canoas.
Tapado 1. Lagoa entre o rio Doce e o de São Mateus, comprida, estreita, e piscosa. 2. Rio no distrito de São Mateus. É navegável.
Tapuã. Rio que deságua no Piúma 2 léguas acima da foz.
Taputera. Ilhota na embocadura do rio Itapemirim.
Taquaraçu Rio pequeno que nasce na serra Batatal e deságua na margem esquerda do Benevente.
Taquaras. Morro por onde passa a estrada de São Pedro de Alcântara.
Taquarauaçu, V. Fundão.
Tati. Ilhota na entrada da baía do Espírito Santo, entre a ponta do Tagano e a de Santa Luzia.
Tatuaçu. Povoação no município da Serra. Tem uma escola de primeiras letras.
Tauá. Rio que divide freguesia de Cariacica da do Queimado e deságua na margem direita do rio de Santa Maria.
Taubira. Rio encachoeirado no sertão de Nova Almeida.
Telha. Ilha no rio Doce pouco acima da foz do Cascalho e assim chamado por ter voltado ao pé dela uma canoa que levava telhas para o quartel de Sousa.
Teriricas. Ribeirão que atravessa a estrada de São Pedro de Alcântara entre os quartéis de Borba e Melgaço.
Terra Alta. Córrego que forma uma lagoa do mesmo nome e deságua no rio Doce. Corre dentro da sesmaria de José Inácio de Almeida.
Timbuí ou Rio Novo 1. Rio no distrito de Nova Almeida. 2. Quartel na margem direita do rio do seu nome.
Tira Chiada. Rio no distrito de São Mateus.
Tramerim. Rio que deságua na margem esquerda.[ 11 ]
Três Ilhas do Sul. Grupo de mais de seis ilhas no rio Doce divididas por pequenos canais, defronte da ilha de Domingos de Sousa. A maior delas chama-se Coimbra.
Trincheiras. Rio nos limites da freguesia de Cariacica com a de Nossa Senhora da Conceição de Viana.
Tubarão. Ponta do lado do norte da entrada da baía do Espírito Santo, guarnecida de rochedos.
U
Uaca. Rio que deságua na margem direita do rio de Santa Maria.
Ucharia.[ 12 ] Ponta de terra na margem sul da entrada da baía do Espírito Santo, perto da fortaleza de São Francisco Xavier.
Ubu. Povoação no lado meridional da ponta dos Castelhanos. Os habitantes são pescadores. Tem uma aula de primeiras letras.
Una 1. Povoação a ¼ légua e no distrito de Guarapari. Os seus habitantes empregam-se na pesca. 2. Rio no distrito de Guarapari que deriva-se dos declives boreais da serra deste nome e vai desembocar no mar, 2 léguas ao norte da vila de Guarapari. Dá navegação a canoas em grande parte do seu curso. 3. Canal no distrito da vila da Serra que parte do Lameirão, atravessa todo o brejal do Una até a ponte do mesmo nome, junto a Guaranhum. Foi empreendido para evitar os perigos da navegação pelo Lameirão, onde o vento sul faz virar as canoas. 4. Porto no distrito da Serra. 5. Rio que deságua na margem direita do rio Santa Maria.
Una de Santa Maria. Povoação no município da Vitória. Tem uma escola de instrução primária.
Urubu. Grande pedra no ponto da Natividade do rio Doce, limite entre a província do Espírito Santo e a de Minas Gerais.
Urubus. Ilha na baía do Espírito Santo à entrada do saco de Jucutuquara.
V
Vau das Éguas. Ponta de terra na margem sul da baía do Espírito Santo. Vem a ser a extremidade oeste da praia das Formosas.
Valentim Nunes. Nome primitivo da ilha do Boi.
Veado. Rio pequeno que deságua na margem esquerda do rio São Tiago.
Verde. Lagoa na margem direita do rio Doce, pouco acima do Pau Gigante.
Viana 1. Vila a 14 léguas Noroeste da cidade da Vitória. Confronta a leste com o distrito da vila do Espírito Santo pela vala de Camboapina em rumo norte-sul até ao sertão das Palmeiras, e com o de Cariacica pelo rio Itaquari até à sua foz no rio Marinha; ao oeste, com o do Rio Pardo pela serra do Engano em linha norte sul; ao norte, com o de Mangaraí sem que se tenha fixado o limite; ao sul, com o de Guarapari sem que se tenha fixado o limite. Existem dentro da sua freguesia que tem a invocação de Nossa Senhora da Conceição, além da igreja de Santa Isabel na colônia deste nome, três capelas, uma na fazenda de Araçatiba, outra na de Belém e outra na fazenda de José Freire de Andrade, todas filiais da referida matriz. Tem 396 fogos e 3.502 habitantes que cultivam café e mantimentos. 2. Quartel no morro Ilha Grande. Foi nesse lugar que se assentou o primeiro marco da estrada de São Pedro de Alcântara.
Viçosa. Ribeirão que nasce na mataria da margem norte da estrada de São Pedro de Alcântara, a qual atravessa e vai desaguar na margem esquerda do rio do Castelo.
Vila do Príncipe. Antigamente Prepetinga, ultimo quartel da estrada de São Pedro de Alcântara, e na divisa com a província de Minas Gerais.
Vila Velha 1. Nome que se dá freqüentemente à vila do Espírito Santo. Ver Espírito Santo.
Vila Viçosa. Era o quinto quartel da estrada de São Pedro de Alcântara.
Vitória 1. Comarca central da província do Espírito Santo que compreende os distritos da cidade do seu nome, e das vilas Nova Almeida, Conceição da Serra, Espírito Santo e Viana. 2. Cidade capital da província do Espírito Santo, situada em anfiteatro sobre o lado ocidental de uma ilha ou lezíria formada pelo rio Santa Maria, que se perde no canal que a separa do continente do lado do sul e por uns paús que se comunicam com o mesmo rio Santa Maria, levando também águas à baía mais ao norte. O canal é de uma milha e meia de largura e forma um bom porto para embarcações pequenas. A ilha ou lezíria terá 4 a 5 léguas de circuito. É alta. A um terço de légua leste do meridiano da cidade aparece um grande rochedo cônico — Pão-de-açúcar — que pode servir de guia para governar para o porto logo que se tenha dobrado o monte Moreno. Pelo norte divide-se com o distrito da Serra pelo rio Manguinhos donde, em linha reta, segue à Malha Branca do Mestre Álvaro, e daí ao porto do Una, seguindo depois o rio Tangui até sua barra, no de Santa Maria; pelo sul divide-se com o do Espírito Santo pela baía deste nome, rio Marinho até Caçaroca e pela vala Camboapina, em rumo de norte-sul até ao sertão de Palmeiras. Pelo centro divide-se com Itapemirim pelo aldeamento Imperial Afonsino. O palácio da presidência, antigo colégio dos jesuítas, é um bom edifício. Nele funcionam a secretaria da presidência, liceu, tesouraria da fazenda, administração do correio, armazém de artigos bélicos, biblioteca pública, uma escola de primeiras letras e o quartel de pedestres. Tem a cidade uma casa de misericórdia com hospital separado para os enfermos pobres, dois conventos de franciscanos, uma tipografia, um teatro, uma sala de baile, 4 chafarizes, uma matriz, 12 capelas filiais, 4 praças, 370 sobrados, 731 casas térreas, 3.800 habitantes. O seu termo tem 2.579 fogos e 15.267 habitantes.
Viúva. Ilhéu na baía do Espírito Santo.
X
Xapinanga. Na carta da província organizada pelo capitão de engenheiros Pedro Torquato Xavier de Brito, publicada em 1854, dá-se este nome ao rio de Santa Maria. _____________________________
NOTAS
[ 9 ] No original, Moroiy. A atualização mais provável seria Maruí.
[ 10 ] No original, Muxanára.
[ 11 ] Trecho incompleto.
[ 12 ] No original, Acharia.
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