Mostrando postagens com marcador Pomeranos. Mostrar todas as postagens

PREFÁCIO Fui convidado para prefaciar o livro sobre O Povo Pomerano no Brasil pelo Prof. Dr. Erineu Foerste, editado juntamente com...




PREFÁCIO


Fui convidado para prefaciar o livro sobre O Povo Pomerano no Brasil pelo Prof. Dr. Erineu Foerste, editado juntamente com os Senhores José Heinemann (RS), Henry Fred Ullrich (SC), Dr. Jairo Scholl da Costa (RS), Prof. Dr. Ivan Seibel (RS), Prof. Jorge Küster Jacob (ES) e o Sr. Edson Klemann  (SC). A presente obra escrita em Português surgiu através de um grupo de trabalho constituído de estudiosos e conhecedores da cultura e das questões do Povo Pomerano. Trata-se de uma obra coletiva interessante pelo fato de seus autores serem pomeranos e, portanto, conhecerem muito bem as realidades dos pomeranos nos estados em que vivem. Nesses estados, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Santa Catariana, também concentra-se a maior população de Pomeranos do Brasil e uma das maiores do mundo.

A imigração da Pomerânia para o Brasil, no início da segunda metade do século XIX, numa época em que a Europa atravessava grandes dificuldades, fez com que os Pomeranos, assim como milhares de imigrantes europeus de outras nacionalidades, se lançassem ao mar para fugir da pobreza. Mais de 150 anos se passaram desde que os primeiros imigrantes pomeranos aqui chegaram, e muitas realizações foram feitas e transformações sofridas por esse povo trabalhador e corajoso. Fica evidente a importância que esse tipo de obra desempenha na preservação da História, da Cultura e da Tradição do Povo Pomerano.

Os elementos culturais presentes na língua, na música, na dança e nos costumes, entre outros, são características chaves para a manutenção da identidade pomerana. Como essa é uma obra realizada a várias mãos, os autores desenvolvem um trabalho dinâmico no sentido de se organizarem nacionalmente na defesa do Povo Pomerano em torno de questões centrais, como educação e cultura, a im de que os pomeranos do Brasil, nas diferentes regiões, tenham a sua memória coletiva preservada.

Esta é uma obra de grande valia como material de consulta para estudantes, pesquisadores e interessados envolvidos com a História, Cultura e Tradição do Povo Pomerano. Citando uma passagem do texto de acordo com Ullrich: “A Pomerânia existe sim e poderemos ir até lá”. Esse livro proporciona ao leitor chegar até lá. Por sinal, uma leitura muita rica em fatos e detalhes, e acima de tudo, muito interessante mas que vou deixar para o próprio leitor explorar. Por im, o desejo é que os empreendimentos feitos por um dos autores desse livro (Prof. Erineu Foerste) transforme-se numa cooperação internacional muito profíqua com a Universidade de Greifswald, em Mecklenburg-Vorpommern na Alemanha nas áreas da cultura e da educação, visando gerar conhecimentos práticos para o povo pomerano.

Desejo a todos uma excelente leitura e que a cultura pomerana permaneça viva!

R. Krohling 
Cônsul Honorário da República Federal da
Alemanha no Espírito Santo



APRESENTAÇÃO


No dia 27 de janeiro de 2016, na cidade de Pomerode, em Santa Catarina, depois de praticamente três anos de um amplo debate, foram concluídos os trabalhos deste grupo de pesquisadores que vem se propondo a organizar o projeto da criação de uma ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO POVO TRADICIONAL POMERANO.

É preciso salientar que ao grupo inicial, do qual já participava o pesquisador José Heinemann (RS), o radialista Henry Fred Ullrich (SC), o advogado Jairo Scholl da Costa (RS) e o professor Dr. Ivan Seibel (RS), se uniram o professor Dr. Erineu Foerste (ES), da Universidade Federal de Espírito Santo, o professor Jorge Küster Jacob (ES) e o Sr. Edson Klemann (SC). Espera-se que com a publicação da Carta aberta aos pomeranos, disponibilizada no final do presente livreto, ampliem-se os debates em torno da proposta deste projeto, para que, em um futuro próximo, se possa avaliar a dimensão do trabalho que deverá culminar com a fundação de uma ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO POVO TRADICIONAL POMERANO. Espera-se que esta associação possa se tornar mais uma importante ferramenta para a divulgação da cultura e da língua pomerana! Que possa congregar muitas instâncias e demandas em culturas e tradições.

Com a divulgação da Carta Aberta o grupo de trabalho pretende acompanhar e alavancar essas discussões, com vistas a uma articulação nacional do Povo Tradicional Pomerano, no Brasil. Trata-se de uma contribuição a ser aperfeiçoada no trabalho coletivo de todos os descendentes deste povo e dos interessados nesta causa. A constituição do grupo de estudos inicial, na verdade, já aconteceu no PomerBr de 2013, na cidade de Pomerode, onde agora, coincidentemente, ou não, este novo encontro culminou com a elaboração e divulgação de uma Carta Aberta aos Pomeranos.

Hoje, sem sombra de dúvida, o Brasil pode ser considerado o detentor do maior cabedal de conhecimentos sobre a História Pomerana. Na formação inicial dos integrantes do grupo de trabalho, talvez tenham sido levados em consideração aspectos como o próprio tempo de envolvimento com o tema. Assim, vale lembrar que o historiador José Carlos Heinemann há mais de 30 anos vem escrevendo sobre o tema, tendo também auxiliado na organização de diversos museus. O Brasil também é o único lugar no mundo onde a língua pomerana, considerada língua morta na Europa, continua viva e ensinada como idioma oficial em muitas escolas. O professor Jorge Küster Jacob também trabalha há mais de 30 anos em favor dessa causa. Ao longo desse período ajudou a criar a POMITAFRO, uma referência para os debates interculturais dos pomeranos brasileiros, lançou o jornal Pommerbla e contribuiu para instituir o Museu Pomerano de Vila Pavão, no Estado do Espírito Santo, além de publicar livros e produzir filmes e documentários sobre o tema. Juntamente com Patrícia Stuhr, a partir de 2004 foi o primeiro representante do Povo Tradicional Pomerano na Comissão Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais – CNPCT. É membro fundador da Associação Pomerana de Vila Pavão. O professor Dr. Ivan Seibel começou a estudar o assunto há 20 anos e, ao longo dos últimos 15 anos, nas suas diversas visitas à Alemanha, tem coletado informações sobre a migração do nosso povo pomerano, divulgando-as em livros e jornais. O radialista Henry Fred Ullrich participa com mérito do GT até pelo fato de ter sido o organizador das viagens até a Pomerânia, incentivadas pelo industrial Wandér Weege de Santa Catarina. O professor Dr. Erineu Foerste trabalha na Universidade Federal do Espírito Santo, na qual, há mais de 20 anos, desenvolve projetos de ensino, pesquisa e extensão, com orientação de teses e dissertações sobre problemáticas relacionadas às parcerias, culturas e educação do campo. Coordena convênios acadêmicos internacionais entre a UFES e universidades na Alemanha, entre elas a Universidade de Greifswald, importante polo universitário da antiga Vorpommern. Desde 2008 também tem se engajado na promoção de intercâmbios de jovens pomeranos com a Alemanha, sobretudo na realização de estágios na área de agricultura. Hoje representa o Povo Tradicional Pomerano como membro da Comissão Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais – CNPCT.

O Sr. Klemann foi convidado como representante da cidade anitriã do evento e também pelo seu relacionamento harmonioso com o presente Grupo de Trabalho.

Como se pode ver, os acontecimentos foram se sucedendo ao longo destes quase três anos e agora é chegado o momento dos demais defensores da cultura pomerana se sentirem convidados a participar desses debates que, de forma muito clara, pretendem atingir a sua meta que é a concretização de um sonho de muitos pomeranos brasileiros: criar a sua própria entidade para que possam, unidos, defender os seus interesses, sobretudo, no campo da cultura e das tradições.

Para concluir este trabalho elaborou-se a presente coletânea de textos e as opiniões expressas em cada capítulo são de inteira responsabilidade dos
respectivos autores.

Ivan Seibel


[In O povo pomerano no Brasil. Santa Cruz do Sul, RS: Edunisc, 2016. Reprodução autorizada pelo autor.]


Para ler o texto completo clique aqui.



---------
© 2010 Texto com direitos autorais em vigor. A utilização / divulgação sem prévia autorização dos detentores configura violação à lei de direitos autorais e desrespeito aos serviços de preparação para publicação.
---------

Ivan Seibel nasceu no Estado de Espírito Santo, tendo colado grau como médico pela FFFCMPA. Pós-graduado em Urologia – FFFCMPA. Pós-graduado em Gestão de Cooperativas – UNISINOS. Mestre e Doutor em Clínica Médica/Nefrologia – PUCRS. Foi Diretor de Educação da Unimed VTRP. Atualmente é membro da Comissão de Educação da Unimed RS com diversas obras publicadas na área médica e também sobre imigração pomerana. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)

Apresentação Todo o estudioso da imigração capixaba se depara com o mosaico cultural que se formou a partir da grande diversidade de ...



Apresentação


Todo o estudioso da imigração capixaba se depara com o mosaico cultural que se formou a partir da grande diversidade de origens dos seus pioneiros. O grupo mais numeroso foi o italiano e o segundo em número de imigrantes e também em importância econômica e social foi o dos pomerânios.[ 1 ] Aqui logo surge a pergunta: De onde vieram os pomerânios que se fixaram no Estado de Espírito Santo? O que aconteceu com estes imigrantes ao longo dos anos subsequentes? Chegaram a se diferenciar dos outros europeus, talvez até mesmo daqueles originários das mesmas paragens, porém, que colonizaram outros estados brasileiros?

Como registrar esta história dos imigrantes capixabas? Todo povo tem a sua história. Pode não ter história escrita. Mas tem a sua história. Então a pergunta é pela concepção inicial do que é história. Será a mesma pergunta que, por exemplo, se poderia fazer com relação aos indígenas. Os indígenas seriam um povo sem história? Só porque não tem história escrita? Como explicar os mitos, todo o conhecimento do uso das ervas e da sua arquitetura? Tudo isto é uma história diferente, porém é uma história. Não existe povo que não tenha os elementos que constituem a sua cultura.[ 2 ] Todo povo tem cultura. Todo povo tem a sua história e os pomerânios de Espírito Santo também têm a sua história.

Certamente, muitos detalhes devem levar o observador atento a identificar, entre os diferentes grupos éticos, a diferença no próprio processo de retomada de seu local de trabalho, a terra, na qual se fixaram e onde também preservaram suas diferentes bagagens culturais. Estas diferenças certamente ficarão mais marcantes à medida que se forem comparar as colônias capixabas com a colonização européia nas diferentes regiões do Brasil.

A história dos diferentes povos[ 3 ] pode ser registrada por diferentes observadores.[ 4 ] Alguém poderia procurar conhecer o seu dia a dia, sentir suas manifestações de alegria e de tristeza e passar a descrever o que observou. Um outro, na medida em que estivesse convivendo com este povo, poderia assimilar suas angústias e hábitos de vida para depois passar a relatar suas lutas e dificuldades. Desta mesma forma, um terceiro, saído de suas fileiras, poderia manifestar em textos, seus sonhos, suas alegrias e suas frustrações. Ao registrar as vivências que lhe tiveram sido repassadas de geração em geração, poderia ainda descrever o choro triste dos seus instrumentos musicais, alegrar-se com os seus cantos e suas danças e exteriorizar seus sentimentos, contando a história do seu próprio povo.


Para ler o texto completo clique aqui

_____________________________

NOTAS


[ 1 ] Apesar do termo “pomerano” presumivelmente ser mais usual, o autor, com respaldo gramatical no dicionário português,  adotou a denominação “pomerânio”: Substantivo masculino e Adjetivo; Separação das sílabas de pomerânio: po-me-râ-ni-o; Plural de pomerânio: pomerânios.
[ 2 ] Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um conceito desenvolvido inicialmente pelo antropólogo Edward Burnett Tylor para designar o todo complexo metabiológico criado pelo homem. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Refere-se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identificam uma sociedade. Explica e dá sentido à cosmologia social; É a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período. Cf.:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura.
[ 3 ] Povo dentro do conceito de um conjunto de indivíduos que, em regra falam a mesma língua, tem costumes e hábitos idênticos, juma história e tradições comuns.
[ 4 ] Modelo de sistematização sugerido pelo autor, para uma melhor compreensão do processo de coleta de dados e sua posterior reprodução em texto.

---------
© 2010 Texto com direitos autorais em vigor. A utilização / divulgação sem prévia autorização dos detentores configura violação à lei de direitos autorais e desrespeito aos serviços de preparação para publicação.
---------
Ivan Seibel nasceu no Estado de Espírito Santo, tendo colado grau como médico pela FFFCMPA. Pós-graduado em Urologia – FFFCMPA. Pós-graduado em Gestão de Cooperativas – UNISINOS. Mestre e Doutor em Clínica Médica/Nefrologia – PUCRS. Foi Diretor de Educação da Unimed VTRP. Atualmente é membro da Comissão de Educação da Unimed RS com diversas obras publicadas na área médica e também sobre imigração pomerana. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)

Prefácio Dentre as causas da emigração européia no Século XIX estão a falta de emprego e de terras para trabalhar, que originaram fom...


Prefácio


Dentre as causas da emigração européia no Século XIX estão a falta de emprego e de terras para trabalhar, que originaram fome, miséria, guerras e revoltas. Nesta trajetória está a família de Jacob Seibel, liderada pelo seu avô Adam Seibel I, que fazia parte dos bandos denominados “Schinderhannes”, que roubavam dos ricos e dos franceses para ajudar a comunidade de Hamm am Rhein no ano de1800. Afamília se sustentava da pesca, sendo dona de vários barcos pesqueiros no Rio Reno. Como consequência à perseguição ao avô Adam Seibel I pelos franceses que administravam a região na época e que com isto teve que viver na clandestinidade, a família teve que se desfazer dos barcos, deixando com isto o ramo da pesca.

A emigração à América do Sul em 1859, contou com Adam Seibel II, sua esposa Margaretha e sete filhos menores, entre eles Jacob Seibel, que descreve todas as dificuldades ocorridas durante a viagem até a chegada a Santa Leopoldina. A dificuldade de adaptação em novas terras foi motivada pelas inúmeras doenças até então desconhecidas, o calor, a alimentação, falta de moradia, estradas etc.

Tive a honra de ser convidado pelo autor Ivan Seibel, bisneto do imigrante Jacob Seibel, a prefaciar esta obra. De imediato gostaria de parabenizá-lo pela iniciativa e, principalmente, pela preocupação em narrar, não somente a chegada de Jacob Seibel e sua família a terras brasileiras, mas também o que levou esta família, assim como tantas outras, a emigrar para terras estrangeiras, sem terem nenhuma idéia do que os esperava. Conclui-se com isto que a motivação tenha sido mais do que desesperadora, e nem um pouco baseado somente no espírito aventureiro, já que deixavam absolutamente nada para trás, vendendo os poucos bens que possuíam e trazendo consigo tão somente as suas famílias.

Joernhinrich Duus
Cônsul Honorário da Alemanha no Espírito Santo


Para ler o texto completo clique aqui

---------

© 2016 Ivan Seibel - Todos os direitos reservados. A reprodução de qualquer item sem prévia consulta e autorização configura violação à lei de direitos autorais, desrespeito à propriedade dos acervos e aos serviços de preparação para publicação.
---------
Ivan Seibel nasceu no Estado de Espírito Santo, tendo colado grau como médico pela FFFCMPA. Pós-graduado em Urologia – FFFCMPA. Pós-graduado em Gestão de Cooperativas – UNISINOS. Mestre e Doutor em Clínica Médica/Nefrologia – PUCRS. Foi Diretor de Educação da Unimed VTRP. Atualmente é membro da Comissão de Educação da Unimed RS com diversas obras publicadas na área médica e também sobre imigração pomerana. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)