Apresentação Todo o estudioso da imigração capixaba se depara com o mosaico cultural que se formou a partir da grande diversidade de o...

Imigrante no século do isolamento: 1870-1970

1/01/2016 , 0 Comentários


Apresentação


Todo o estudioso da imigração capixaba se depara com o mosaico cultural que se formou a partir da grande diversidade de origens dos seus pioneiros. O grupo mais numeroso foi o italiano e o segundo em número de imigrantes e também em importância econômica e social foi o dos pomerânios.[1] Aqui logo surge a pergunta: De onde vieram os pomerânios que se fixaram no Estado de Espírito Santo? O que aconteceu com estes imigrantes ao longo dos anos subsequentes? Chegaram a se diferenciar dos outros europeus, talvez até mesmo daqueles originários das mesmas paragens, porém, que colonizaram outros estados brasileiros?

Como registrar esta história dos imigrantes capixabas? Todo povo tem a sua história. Pode não ter história escrita. Mas tem a sua história. Então a pergunta é pela concepção inicial do que é história. Será a mesma pergunta que, por exemplo, se poderia fazer com relação aos indígenas. Os indígenas seriam um povo sem história? Só porque não tem história escrita? Como explicar os mitos, todo o conhecimento do uso das ervas e da sua arquitetura? Tudo isto é uma história diferente, porém é uma história. Não existe povo que não tenha os elementos que constituem a sua cultura.[2] Todo povo tem cultura. Todo povo tem a sua história e os pomerânios de Espírito Santo também têm a sua história.

Certamente, muitos detalhes devem levar o observador atento a identificar, entre os diferentes grupos éticos, a diferença no próprio processo de retomada de seu local de trabalho, a terra, na qual se fixaram e onde também preservaram suas diferentes bagagens culturais. Estas diferenças certamente ficarão mais marcantes à medida que se forem comparar as colônias capixabas com a colonização européia nas diferentes regiões do Brasil.

A história dos diferentes povos[3] pode ser registrada por diferentes observadores.[4] Alguém poderia procurar conhecer o seu dia a dia, sentir suas manifestações de alegria e de tristeza e passar a descrever o que observou. Um outro, na medida em que estivesse convivendo com este povo, poderia assimilar suas angústias e hábitos de vida para depois passar a relatar suas lutas e dificuldades. Desta mesma forma, um terceiro, saído de suas fileiras, poderia manifestar em textos, seus sonhos, suas alegrias e suas frustrações. Ao registrar as vivências que lhe tiveram sido repassadas de geração em geração, poderia ainda descrever o choro triste dos seus instrumentos musicais, alegrar-se com os seus cantos e suas danças e exteriorizar seus sentimentos, contando a história do seu próprio povo.


[ 1 ] Apesar do termo “pomerano” presumivelmente ser mais usual, o autor, com respaldo gramatical no dicionário português,  adotou a denominação “pomerânio”: Substantivo masculino e Adjetivo; Separação das sílabas de pomerânio: po-me-râ-ni-o; Plural de pomerânio: pomerânios.
[ 2 ] Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um conceito desenvolvido inicialmente pelo antropólogo Edward Burnett Tylor para designar o todo complexo metabiológico criado pelo homem. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Refere-se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identificam uma sociedade. Explica e dá sentido à cosmologia social; É a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período. Cf.:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura.
[ 3 ] Povo dentro do conceito de um conjunto de indivíduos que, em regra falam a mesma língua, tem costumes e hábitos idênticos, juma história e tradições comuns.
[ 4 ] Modelo de sistematização sugerido pelo autor, para uma melhor compreensão do processo de coleta de dados e sua posterior reprodução em texto.

Para ler o texto completo clique aqui

Ivan Seibel nasceu no Estado de Espírito Santo, tendo colado grau como médico pela FFFCMPA. Pós-graduado em Urologia – FFFCMPA. Pós-graduado em Gestão de Cooperativas – UNISINOS. Mestre e Doutor em Clínica Médica/Nefrologia – PUCRS. Foi Diretor de Educação da Unimed VTRP. Atualmente é membro da Comissão de Educação da Unimed RS com diversas obras publicadas na área médica e também sobre imigração pomerana. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)

0 comentários :