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4/01/2017
PREFÁCIO
Fui convidado para prefaciar o livro sobre O Povo Pomerano no Brasil pelo Prof. Dr. Erineu Foerste, editado juntamente com os Senhores José Heinemann (RS), Henry Fred Ullrich (SC), Dr. Jairo Scholl da Costa (RS), Prof. Dr. Ivan Seibel (RS), Prof. Jorge Küster Jacob (ES) e o Sr. Edson Klemann (SC). A presente obra escrita em Português surgiu através de um grupo de trabalho constituído de estudiosos e conhecedores da cultura e das questões do Povo Pomerano. Trata-se de uma obra coletiva interessante pelo fato de seus autores serem pomeranos e, portanto, conhecerem muito bem as realidades dos pomeranos nos estados em que vivem. Nesses estados, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Santa Catariana, também concentra-se a maior população de Pomeranos do Brasil e uma das maiores do mundo.
A imigração da Pomerânia para o Brasil, no início da segunda metade do século XIX, numa época em que a Europa atravessava grandes dificuldades, fez com que os Pomeranos, assim como milhares de imigrantes europeus de outras nacionalidades, se lançassem ao mar para fugir da pobreza. Mais de 150 anos se passaram desde que os primeiros imigrantes pomeranos aqui chegaram, e muitas realizações foram feitas e transformações sofridas por esse povo trabalhador e corajoso. Fica evidente a importância que esse tipo de obra desempenha na preservação da História, da Cultura e da Tradição do Povo Pomerano.
Os elementos culturais presentes na língua, na música, na dança e nos costumes, entre outros, são características chaves para a manutenção da identidade pomerana. Como essa é uma obra realizada a várias mãos, os autores desenvolvem um trabalho dinâmico no sentido de se organizarem nacionalmente na defesa do Povo Pomerano em torno de questões centrais, como educação e cultura, a im de que os pomeranos do Brasil, nas diferentes regiões, tenham a sua memória coletiva preservada.
Esta é uma obra de grande valia como material de consulta para estudantes, pesquisadores e interessados envolvidos com a História, Cultura e Tradição do Povo Pomerano. Citando uma passagem do texto de acordo com Ullrich: “A Pomerânia existe sim e poderemos ir até lá”. Esse livro proporciona ao leitor chegar até lá. Por sinal, uma leitura muita rica em fatos e detalhes, e acima de tudo, muito interessante mas que vou deixar para o próprio leitor explorar. Por im, o desejo é que os empreendimentos feitos por um dos autores desse livro (Prof. Erineu Foerste) transforme-se numa cooperação internacional muito profíqua com a Universidade de Greifswald, em Mecklenburg-Vorpommern na Alemanha nas áreas da cultura e da educação, visando gerar conhecimentos práticos para o povo pomerano.
Desejo a todos uma excelente leitura e que a cultura pomerana permaneça viva!
APRESENTAÇÃO
No dia 27 de janeiro de 2016, na cidade de Pomerode, em Santa Catarina, depois de praticamente três anos de um amplo debate, foram concluídos os trabalhos deste grupo de pesquisadores que vem se propondo a organizar o projeto da criação de uma ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO POVO TRADICIONAL POMERANO.
É preciso salientar que ao grupo inicial, do qual já participava o pesquisador José Heinemann (RS), o radialista Henry Fred Ullrich (SC), o advogado Jairo Scholl da Costa (RS) e o professor Dr. Ivan Seibel (RS), se uniram o professor Dr. Erineu Foerste (ES), da Universidade Federal de Espírito Santo, o professor Jorge Küster Jacob (ES) e o Sr. Edson Klemann (SC). Espera-se que com a publicação da Carta aberta aos pomeranos, disponibilizada no final do presente livreto, ampliem-se os debates em torno da proposta deste projeto, para que, em um futuro próximo, se possa avaliar a dimensão do trabalho que deverá culminar com a fundação de uma ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO POVO TRADICIONAL POMERANO. Espera-se que esta associação possa se tornar mais uma importante ferramenta para a divulgação da cultura e da língua pomerana! Que possa congregar muitas instâncias e demandas em culturas e tradições.
Com a divulgação da Carta Aberta o grupo de trabalho pretende acompanhar e alavancar essas discussões, com vistas a uma articulação nacional do Povo Tradicional Pomerano, no Brasil. Trata-se de uma contribuição a ser aperfeiçoada no trabalho coletivo de todos os descendentes deste povo e dos interessados nesta causa. A constituição do grupo de estudos inicial, na verdade, já aconteceu no PomerBr de 2013, na cidade de Pomerode, onde agora, coincidentemente, ou não, este novo encontro culminou com a elaboração e divulgação de uma Carta Aberta aos Pomeranos.
Hoje, sem sombra de dúvida, o Brasil pode ser considerado o detentor do maior cabedal de conhecimentos sobre a História Pomerana. Na formação inicial dos integrantes do grupo de trabalho, talvez tenham sido levados em consideração aspectos como o próprio tempo de envolvimento com o tema. Assim, vale lembrar que o historiador José Carlos Heinemann há mais de 30 anos vem escrevendo sobre o tema, tendo também auxiliado na organização de diversos museus. O Brasil também é o único lugar no mundo onde a língua pomerana, considerada língua morta na Europa, continua viva e ensinada como idioma oficial em muitas escolas. O professor Jorge Küster Jacob também trabalha há mais de 30 anos em favor dessa causa. Ao longo desse período ajudou a criar a POMITAFRO, uma referência para os debates interculturais dos pomeranos brasileiros, lançou o jornal Pommerbla e contribuiu para instituir o Museu Pomerano de Vila Pavão, no Estado do Espírito Santo, além de publicar livros e produzir filmes e documentários sobre o tema. Juntamente com Patrícia Stuhr, a partir de 2004 foi o primeiro representante do Povo Tradicional Pomerano na Comissão Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais – CNPCT. É membro fundador da Associação Pomerana de Vila Pavão. O professor Dr. Ivan Seibel começou a estudar o assunto há 20 anos e, ao longo dos últimos 15 anos, nas suas diversas visitas à Alemanha, tem coletado informações sobre a migração do nosso povo pomerano, divulgando-as em livros e jornais. O radialista Henry Fred Ullrich participa com mérito do GT até pelo fato de ter sido o organizador das viagens até a Pomerânia, incentivadas pelo industrial Wandér Weege de Santa Catarina. O professor Dr. Erineu Foerste trabalha na Universidade Federal do Espírito Santo, na qual, há mais de 20 anos, desenvolve projetos de ensino, pesquisa e extensão, com orientação de teses e dissertações sobre problemáticas relacionadas às parcerias, culturas e educação do campo. Coordena convênios acadêmicos internacionais entre a UFES e universidades na Alemanha, entre elas a Universidade de Greifswald, importante polo universitário da antiga Vorpommern. Desde 2008 também tem se engajado na promoção de intercâmbios de jovens pomeranos com a Alemanha, sobretudo na realização de estágios na área de agricultura. Hoje representa o Povo Tradicional Pomerano como membro da Comissão Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais – CNPCT.
O Sr. Klemann foi convidado como representante da cidade anitriã do evento e também pelo seu relacionamento harmonioso com o presente Grupo de Trabalho.
Como se pode ver, os acontecimentos foram se sucedendo ao longo destes quase três anos e agora é chegado o momento dos demais defensores da cultura pomerana se sentirem convidados a participar desses debates que, de forma muito clara, pretendem atingir a sua meta que é a concretização de um sonho de muitos pomeranos brasileiros: criar a sua própria entidade para que possam, unidos, defender os seus interesses, sobretudo, no campo da cultura e das tradições.
Para concluir este trabalho elaborou-se a presente coletânea de textos e as opiniões expressas em cada capítulo são de inteira responsabilidade dos
respectivos autores.
[In O povo pomerano no Brasil. Santa Cruz do Sul, RS: Edunisc, 2016. Reprodução autorizada pelo autor.]
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© 2010 Texto com direitos autorais em vigor. A utilização / divulgação sem prévia autorização dos detentores configura violação à lei de direitos autorais e desrespeito aos serviços de preparação para publicação.
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PREFÁCIO Fui convidado para prefaciar o livro sobre O Povo Pomerano no Brasil pelo Prof. Dr. Erineu Foerste, editado juntamente com...
O povo pomerano no Brasil
PREFÁCIO
Fui convidado para prefaciar o livro sobre O Povo Pomerano no Brasil pelo Prof. Dr. Erineu Foerste, editado juntamente com os Senhores José Heinemann (RS), Henry Fred Ullrich (SC), Dr. Jairo Scholl da Costa (RS), Prof. Dr. Ivan Seibel (RS), Prof. Jorge Küster Jacob (ES) e o Sr. Edson Klemann (SC). A presente obra escrita em Português surgiu através de um grupo de trabalho constituído de estudiosos e conhecedores da cultura e das questões do Povo Pomerano. Trata-se de uma obra coletiva interessante pelo fato de seus autores serem pomeranos e, portanto, conhecerem muito bem as realidades dos pomeranos nos estados em que vivem. Nesses estados, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Santa Catariana, também concentra-se a maior população de Pomeranos do Brasil e uma das maiores do mundo.
A imigração da Pomerânia para o Brasil, no início da segunda metade do século XIX, numa época em que a Europa atravessava grandes dificuldades, fez com que os Pomeranos, assim como milhares de imigrantes europeus de outras nacionalidades, se lançassem ao mar para fugir da pobreza. Mais de 150 anos se passaram desde que os primeiros imigrantes pomeranos aqui chegaram, e muitas realizações foram feitas e transformações sofridas por esse povo trabalhador e corajoso. Fica evidente a importância que esse tipo de obra desempenha na preservação da História, da Cultura e da Tradição do Povo Pomerano.
Os elementos culturais presentes na língua, na música, na dança e nos costumes, entre outros, são características chaves para a manutenção da identidade pomerana. Como essa é uma obra realizada a várias mãos, os autores desenvolvem um trabalho dinâmico no sentido de se organizarem nacionalmente na defesa do Povo Pomerano em torno de questões centrais, como educação e cultura, a im de que os pomeranos do Brasil, nas diferentes regiões, tenham a sua memória coletiva preservada.
Esta é uma obra de grande valia como material de consulta para estudantes, pesquisadores e interessados envolvidos com a História, Cultura e Tradição do Povo Pomerano. Citando uma passagem do texto de acordo com Ullrich: “A Pomerânia existe sim e poderemos ir até lá”. Esse livro proporciona ao leitor chegar até lá. Por sinal, uma leitura muita rica em fatos e detalhes, e acima de tudo, muito interessante mas que vou deixar para o próprio leitor explorar. Por im, o desejo é que os empreendimentos feitos por um dos autores desse livro (Prof. Erineu Foerste) transforme-se numa cooperação internacional muito profíqua com a Universidade de Greifswald, em Mecklenburg-Vorpommern na Alemanha nas áreas da cultura e da educação, visando gerar conhecimentos práticos para o povo pomerano.
Desejo a todos uma excelente leitura e que a cultura pomerana permaneça viva!
R. Krohling
Cônsul Honorário da República Federal da
Alemanha no Espírito Santo
APRESENTAÇÃO
No dia 27 de janeiro de 2016, na cidade de Pomerode, em Santa Catarina, depois de praticamente três anos de um amplo debate, foram concluídos os trabalhos deste grupo de pesquisadores que vem se propondo a organizar o projeto da criação de uma ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO POVO TRADICIONAL POMERANO.
É preciso salientar que ao grupo inicial, do qual já participava o pesquisador José Heinemann (RS), o radialista Henry Fred Ullrich (SC), o advogado Jairo Scholl da Costa (RS) e o professor Dr. Ivan Seibel (RS), se uniram o professor Dr. Erineu Foerste (ES), da Universidade Federal de Espírito Santo, o professor Jorge Küster Jacob (ES) e o Sr. Edson Klemann (SC). Espera-se que com a publicação da Carta aberta aos pomeranos, disponibilizada no final do presente livreto, ampliem-se os debates em torno da proposta deste projeto, para que, em um futuro próximo, se possa avaliar a dimensão do trabalho que deverá culminar com a fundação de uma ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO POVO TRADICIONAL POMERANO. Espera-se que esta associação possa se tornar mais uma importante ferramenta para a divulgação da cultura e da língua pomerana! Que possa congregar muitas instâncias e demandas em culturas e tradições.
Com a divulgação da Carta Aberta o grupo de trabalho pretende acompanhar e alavancar essas discussões, com vistas a uma articulação nacional do Povo Tradicional Pomerano, no Brasil. Trata-se de uma contribuição a ser aperfeiçoada no trabalho coletivo de todos os descendentes deste povo e dos interessados nesta causa. A constituição do grupo de estudos inicial, na verdade, já aconteceu no PomerBr de 2013, na cidade de Pomerode, onde agora, coincidentemente, ou não, este novo encontro culminou com a elaboração e divulgação de uma Carta Aberta aos Pomeranos.
Hoje, sem sombra de dúvida, o Brasil pode ser considerado o detentor do maior cabedal de conhecimentos sobre a História Pomerana. Na formação inicial dos integrantes do grupo de trabalho, talvez tenham sido levados em consideração aspectos como o próprio tempo de envolvimento com o tema. Assim, vale lembrar que o historiador José Carlos Heinemann há mais de 30 anos vem escrevendo sobre o tema, tendo também auxiliado na organização de diversos museus. O Brasil também é o único lugar no mundo onde a língua pomerana, considerada língua morta na Europa, continua viva e ensinada como idioma oficial em muitas escolas. O professor Jorge Küster Jacob também trabalha há mais de 30 anos em favor dessa causa. Ao longo desse período ajudou a criar a POMITAFRO, uma referência para os debates interculturais dos pomeranos brasileiros, lançou o jornal Pommerbla e contribuiu para instituir o Museu Pomerano de Vila Pavão, no Estado do Espírito Santo, além de publicar livros e produzir filmes e documentários sobre o tema. Juntamente com Patrícia Stuhr, a partir de 2004 foi o primeiro representante do Povo Tradicional Pomerano na Comissão Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais – CNPCT. É membro fundador da Associação Pomerana de Vila Pavão. O professor Dr. Ivan Seibel começou a estudar o assunto há 20 anos e, ao longo dos últimos 15 anos, nas suas diversas visitas à Alemanha, tem coletado informações sobre a migração do nosso povo pomerano, divulgando-as em livros e jornais. O radialista Henry Fred Ullrich participa com mérito do GT até pelo fato de ter sido o organizador das viagens até a Pomerânia, incentivadas pelo industrial Wandér Weege de Santa Catarina. O professor Dr. Erineu Foerste trabalha na Universidade Federal do Espírito Santo, na qual, há mais de 20 anos, desenvolve projetos de ensino, pesquisa e extensão, com orientação de teses e dissertações sobre problemáticas relacionadas às parcerias, culturas e educação do campo. Coordena convênios acadêmicos internacionais entre a UFES e universidades na Alemanha, entre elas a Universidade de Greifswald, importante polo universitário da antiga Vorpommern. Desde 2008 também tem se engajado na promoção de intercâmbios de jovens pomeranos com a Alemanha, sobretudo na realização de estágios na área de agricultura. Hoje representa o Povo Tradicional Pomerano como membro da Comissão Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais – CNPCT.
O Sr. Klemann foi convidado como representante da cidade anitriã do evento e também pelo seu relacionamento harmonioso com o presente Grupo de Trabalho.
Como se pode ver, os acontecimentos foram se sucedendo ao longo destes quase três anos e agora é chegado o momento dos demais defensores da cultura pomerana se sentirem convidados a participar desses debates que, de forma muito clara, pretendem atingir a sua meta que é a concretização de um sonho de muitos pomeranos brasileiros: criar a sua própria entidade para que possam, unidos, defender os seus interesses, sobretudo, no campo da cultura e das tradições.
Para concluir este trabalho elaborou-se a presente coletânea de textos e as opiniões expressas em cada capítulo são de inteira responsabilidade dos
respectivos autores.
Ivan Seibel
[In O povo pomerano no Brasil. Santa Cruz do Sul, RS: Edunisc, 2016. Reprodução autorizada pelo autor.]
© 2010 Texto com direitos autorais em vigor. A utilização / divulgação sem prévia autorização dos detentores configura violação à lei de direitos autorais e desrespeito aos serviços de preparação para publicação.
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Ivan Seibel nasceu no Estado de Espírito Santo, tendo colado grau como médico pela FFFCMPA. Pós-graduado em Urologia – FFFCMPA. Pós-graduado em Gestão de Cooperativas – UNISINOS. Mestre e Doutor em Clínica Médica/Nefrologia – PUCRS. Foi Diretor de Educação da Unimed VTRP. Atualmente é membro da Comissão de Educação da Unimed RS com diversas obras publicadas na área médica e também sobre imigração pomerana. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)
12/30/2016
SUMÁRIO
Explicação do tradutor
Nota
Prefácio
I. Plano e realização da viagem
II. Generalidades sobre o Espírito Santo: solo, clima, meios de transporte
III. História e extensão da colonização no Espírito Santo
IV. Agricultura e produção
V. Roupa, habitação, alimentação e água
VI. Situação Econômica
VII. Medicina e salubridade
VIII. Estatística demográfica
IX. Observações genealógicas e antropológicas
X. A igreja, a escola, os costumes
XI. O mundo espiritual dos colonos
XII. Aclimação
Conclusão
Apêndice I
Apêndice II
[GIEMSA, Gustav, NAUCK, Ernst G. Uma viagem de estudos ao Espírito Santo: pesquisa demo-biológica, realizada, com o fim de contribuir para o estudo do problema da aclimação, numa população de origem alemã, estabelecida no Brasil Oriental. Trabalho publicado pela Universidade de Hanseática, Anais Geográficos (continuação dos Anais do Instituto Colonial de Hamburgo, vol. 48), série D, Medicina e Veterinária, vol. IV, Hamburgo, Friederichsen, De Gruyter & Co., 1939, traduzido para o português por Reginaldo Sant'Ana e publicado no Boletim Geográfico do Conselho Nacional de Geografia, n. 88, 89 e 90, 1950].
Gustav Giemsa. SUMÁRIO Explicação do tradutor Nota Prefácio I. Plano e realização da viagem II. Generalidades sobre o Espírit...
Uma viagem de estudos ao Espírito Santo
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Gustav Giemsa. |
Explicação do tradutor
Nota
Prefácio
I. Plano e realização da viagem
II. Generalidades sobre o Espírito Santo: solo, clima, meios de transporte
III. História e extensão da colonização no Espírito Santo
IV. Agricultura e produção
V. Roupa, habitação, alimentação e água
VI. Situação Econômica
VII. Medicina e salubridade
VIII. Estatística demográfica
IX. Observações genealógicas e antropológicas
X. A igreja, a escola, os costumes
XI. O mundo espiritual dos colonos
XII. Aclimação
Conclusão
Apêndice I
Apêndice II
[GIEMSA, Gustav, NAUCK, Ernst G. Uma viagem de estudos ao Espírito Santo: pesquisa demo-biológica, realizada, com o fim de contribuir para o estudo do problema da aclimação, numa população de origem alemã, estabelecida no Brasil Oriental. Trabalho publicado pela Universidade de Hanseática, Anais Geográficos (continuação dos Anais do Instituto Colonial de Hamburgo, vol. 48), série D, Medicina e Veterinária, vol. IV, Hamburgo, Friederichsen, De Gruyter & Co., 1939, traduzido para o português por Reginaldo Sant'Ana e publicado no Boletim Geográfico do Conselho Nacional de Geografia, n. 88, 89 e 90, 1950].
Gustav Giemsa nasceu na Alemanha a 20 de novembro de 1867 e faleceu a 10 de junho de 1948. Foi químico e bacteriologista e alcançou notoriedade pela criação uma solução de corante conhecida como "Giemsa", empregada para o diagnóstico histopatológico da malária e outros parasitas, tais como Plasmodium, Trypanosoma e Chlamydia. Estudou Farmácia e mineralogia na Universidade de Leipzig, e Química e Bacteriologia na Universidade de Berlim. Entre 1895 e 1898 Giemsa atuou como farmacêutico na África Oriental Alemã. Em 1900 tornou-se chefe do Departamento de Química Institut für Tropenmedizin em Hamburgo.
Ernst G. Nauck nasceu em São Petersburgo, Alemanha, em 1867, e faleceu em Benidorm, Espanha, em 1967. Especialista em doenças tropicais.
12/23/2016
SUMÁRIO
Introdução - Antes de tudo.
Capítulo I - O fenômeno imigratório. Tentativa de reconstrução histórica. Referências de Graça Aranha. Augusto Lins e Virgínia Tamanini. Por que emigram os Italianos?
Capítulo II - Considerações sobre o Brasil Colônia. Abertura das Fronteiras. Condições para emigrar. Sugestões do Visconde de Abrantes. Convite aos Italianos.
Capítulo III - O que foi o Espírito Santo. Seu crescimento demográfico. Importância da imigração. Paulo Viana. Fundação de Santa Isabel, Santa Leopoldina e Rio Novo.
Capítulo IV - A crise italiana. Necessidade de emigrar. Quadro estatístico.
Capítulo V - Nomes italianos na história provincial.
Capítulo VI - Pietro Tabacchi. As primeiras famílias.
Capítulo VII - Reparos. Os primeiros embarques a bordo.
Capítulo VIII - Desencontros familiares. Uma greve providencial. Caxias do Sul.
Capítulo IX - Embarques sucessivos. Quadro estatístico da população.
Capítulo X - Território ocupado pelos italianos. Com as epígrafes: Santa Teresa, Itarana, Itaguaçu, Colatina, Nova Venécia, Ibiraçu, Rio Novo, Alfredo Chaves, Cachoeiro de Itapemirim, Venda Nova.
Capítulo XI - Fundação de Santa Teresa. Nomes que a história guardou. Sua dependência econômica a Santa Leopoldina deu-lhe prosperidade.
Capítulo XII - Os primeiros anos. As atribulações.
Capítulo XIII - Vinte e cinco anos depois. A missão do Dr. Arrigo Zettiry.
Capítulo XIV - A inspeção do Dr. Arrigo Zettiry. Colônia do Timbuí, Ibiraçu, São João de Alfredo Chaves, Cachoeiro de Itapemirim, Alto Castelo.
Capítulo XV - Influência italiana na evolução social e econômica no Espírito Santo. Os filhos de imigrantes ganham as universidades. Os primeiros diplomados. Os industriais eminentes. Os intelectuais.
Capítulo XVI - Os italianos em Vitória.
Capítulo XVII - Um autodidata. André Carloni.
Capítulo XVIII - O construtor de estradas. Serafim Derenzi.
Capítulo XIX - Os orçamentos. Contribuições social e econômica. Adendas. Algumas canções. Nossa Senhora de Caravaggio. Documentário.
[DERENZI, Luiz Serafim. Os italianos no Estado do Espírito Santo. Rio de Janeiro: Artenova, 1974. Reprodução autorizada pela família Avancini Derenzi.]
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© 2001 Texto com direitos autorais em vigor. A utilização / divulgação sem prévia autorização dos detentores configura violação à lei de direitos autorais e desrespeito aos serviços de preparação para publicação.
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SUMÁRIO Introdução - Antes de tudo. Capítulo I - O fenômeno imigratório. Tentativa de reconstrução histórica. Referências de Graça...
Os italianos no Estado do Espírito Santo
SUMÁRIO
Introdução - Antes de tudo.
Capítulo I - O fenômeno imigratório. Tentativa de reconstrução histórica. Referências de Graça Aranha. Augusto Lins e Virgínia Tamanini. Por que emigram os Italianos?
Capítulo II - Considerações sobre o Brasil Colônia. Abertura das Fronteiras. Condições para emigrar. Sugestões do Visconde de Abrantes. Convite aos Italianos.
Capítulo III - O que foi o Espírito Santo. Seu crescimento demográfico. Importância da imigração. Paulo Viana. Fundação de Santa Isabel, Santa Leopoldina e Rio Novo.
Capítulo IV - A crise italiana. Necessidade de emigrar. Quadro estatístico.
Capítulo V - Nomes italianos na história provincial.
Capítulo VI - Pietro Tabacchi. As primeiras famílias.
Capítulo VII - Reparos. Os primeiros embarques a bordo.
Capítulo VIII - Desencontros familiares. Uma greve providencial. Caxias do Sul.
Capítulo IX - Embarques sucessivos. Quadro estatístico da população.
Capítulo X - Território ocupado pelos italianos. Com as epígrafes: Santa Teresa, Itarana, Itaguaçu, Colatina, Nova Venécia, Ibiraçu, Rio Novo, Alfredo Chaves, Cachoeiro de Itapemirim, Venda Nova.
Capítulo XI - Fundação de Santa Teresa. Nomes que a história guardou. Sua dependência econômica a Santa Leopoldina deu-lhe prosperidade.
Capítulo XII - Os primeiros anos. As atribulações.
Capítulo XIII - Vinte e cinco anos depois. A missão do Dr. Arrigo Zettiry.
Capítulo XIV - A inspeção do Dr. Arrigo Zettiry. Colônia do Timbuí, Ibiraçu, São João de Alfredo Chaves, Cachoeiro de Itapemirim, Alto Castelo.
Capítulo XV - Influência italiana na evolução social e econômica no Espírito Santo. Os filhos de imigrantes ganham as universidades. Os primeiros diplomados. Os industriais eminentes. Os intelectuais.
Capítulo XVI - Os italianos em Vitória.
Capítulo XVII - Um autodidata. André Carloni.
Capítulo XVIII - O construtor de estradas. Serafim Derenzi.
Capítulo XIX - Os orçamentos. Contribuições social e econômica. Adendas. Algumas canções. Nossa Senhora de Caravaggio. Documentário.
[DERENZI, Luiz Serafim. Os italianos no Estado do Espírito Santo. Rio de Janeiro: Artenova, 1974. Reprodução autorizada pela família Avancini Derenzi.]
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© 2001 Texto com direitos autorais em vigor. A utilização / divulgação sem prévia autorização dos detentores configura violação à lei de direitos autorais e desrespeito aos serviços de preparação para publicação.
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Luiz Serafim Derenzi nasceu em Vitória a 20/3/1898 e faleceu no Rio a 29/4/1977. Formado em Engenharia Civil, participou de muitos projetos importantes nessa área em nosso Estado e fora dele. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)
12/21/2016
SUMÁRIO
Capítulo I - Por uma identidade ítalo-capixaba
Capítulo II - A imigração italiana no Espírito Santo
Capítulo III - Dilemas do imigrante italiano no Espírito Santo
Capítulo IV - A revolta de Nova Lombardia (1877-1977)
Capítulo V - Notas sobre Santa Teresa
Capítulo VI - A imigração italiana e o I centenário de Ibiraçu
Capítulo VII - I Centenário de colonização italiana de Acioli
Capítulo VIII - Barra do Triunfo
[BUSATTO, Luiz. Estudos sobre imigração italiana no Espírito Santo. Vitória, 2002. Reunião de artigos relacionados com imigração italiana, publicados em diversos periódicos. Reprodução autorizada pelo autor.]
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© 2002 Texto com direitos autorais em vigor. A utilização / divulgação sem prévia autorização dos detentores configura violação à lei de direitos autorais e desrespeito aos serviços de preparação para publicação.
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A família de Timoteo Dalmonech, Santa Teresa, 1924. Fotógrafo não identificado. SUMÁRIO Capítulo I - Por uma identidade ítalo-c...
Estudos sobre imigração italiana no Espírito Santo
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A família de Timoteo Dalmonech, Santa Teresa, 1924. Fotógrafo não identificado. |
SUMÁRIO
Capítulo I - Por uma identidade ítalo-capixaba
Capítulo II - A imigração italiana no Espírito Santo
Capítulo III - Dilemas do imigrante italiano no Espírito Santo
Capítulo IV - A revolta de Nova Lombardia (1877-1977)
Capítulo V - Notas sobre Santa Teresa
Capítulo VI - A imigração italiana e o I centenário de Ibiraçu
Capítulo VII - I Centenário de colonização italiana de Acioli
Capítulo VIII - Barra do Triunfo
[BUSATTO, Luiz. Estudos sobre imigração italiana no Espírito Santo. Vitória, 2002. Reunião de artigos relacionados com imigração italiana, publicados em diversos periódicos. Reprodução autorizada pelo autor.]
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© 2002 Texto com direitos autorais em vigor. A utilização / divulgação sem prévia autorização dos detentores configura violação à lei de direitos autorais e desrespeito aos serviços de preparação para publicação.
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Luiz Busatto nasceu em Ibiraçu-ES, em 1937. Graduado em Letras, com cursos de especialização em Portugal (Teoria da Literatura e História da Literatura Portuguesa), na Itália (Filosofia), mestrado em Letras pela PUC/RJ e doutorado na mesma área pela UFRJ. Professor da Ufes e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Colatina (1969-1983). É membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e da Academia Espírito-santense de Letras. Foi presidente do Conselho Estadual de Cultura (1993/4) e vice-presidente (1986/7). Tem várias obras publicadas, sendo um estudioso da imigração italiana. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)
10/07/2016
Associação Colonial do Rio Novo
O texto desta publicação é a propaganda oficial que atraiu os suíços para Rio Novo. Foi publicado em português, francês e alemão, datado de 14 de fevereiro de 1854. O original ficou guardado com a família Rohr. Com a movimentação dos descendentes dos suíços, Valdenir Rohr o descobriu no fundo de um velho baú.
Este trabalho é uma contribuição ao resgate histórico da saga e da luta que 46 suíças e 44 suíços que deixaram sua Pátria e chegaram a Itapemirim no dia 21 de dezembro de 1856, depois seguiram para Rio Novo. Hoje os 90 são milhares, suíços/suíças brasileiros/brasileiras ou brasileiros/brasileiras suíços/suíças. Homenagem aos 90 pioneiros e pioneiras, aos milhares de descendentes e em especial aos que valorizam os antepassados e mergulham na sua História.
A ação é em nome de minha esposa Eliane e nossa família que tem o sangue dos Stauffer, Kobi, Laiber, Scheidegger e Scherrer.
Breves reflexões a respeito das vantagens que oferece a Colônia Rio Novo pela fertilidade do seu terreno e sua posição topográfica, e das favoráveis condições para os colonos que nela quiserem estabelecer-se, seguida de um cálculo aproximado da renda presumível de uma família anualmente
Se examinarmos com atenção quanto se há escrito sobre a verdadeira fonte da riqueza pública em todo o mundo conhecido, veremos claramente que ela provém da agricultura; e se procurarmos indicar onde o trabalho agrícola é melhor compensado, pela abundancia de produtos, conheceremos logo que o solo brasileiro é um dos do Globo que oferece ao homem laborioso o maior premio de seu trabalho.
A quase constante primavera deste país em quase todo o seu litoral e centro, a sua suave temperatura atmosférica, a sua fertilidade e constante vegetação enfim, são condições bastante para o viver indolente de uma grande parte de sua população que não aspira riquezas; assim como o meio mais fácil para a formação de crescidas fortunas.
Por toda parte do Brasil vemos casas opulentíssimas, criadas pelo fruto do trabalho pessoal de seus fundadores, ao passo que se encontra em algumas povoações muitos habitantes que mais ou menos aspirando só ao pão de cada dia, e o humilde vestuário, desafiados pela decência que a seu modo guardam, do que pelas intempéries, vivem muito satisfeitos, e como que felizes porque tudo logram da fertilidade da terra com pouco trabalho.
Vemos, entretanto, a par destes indolentes habitantes, alguns indivíduos laboriosos que apenas com o recurso de sua própria força e vontade sustentam as famílias de que são chefes, com o produto de sua lavoura, e todos se julgam felizes, porque tem o necessário para viverem, e ainda lhes sobra! E em que lugar da Europa pode conseguir-se semelhante vantagem? De certo em nenhuma parte se encontram condições, e uma fertilidade tal, que permita a um individuo, muito embora laborioso trabalhador, o viver com sua família em abundancia, com a decência inerente a sua posição social, e segundo os usos das localidades em que residem, entretanto, vemos dar-se isto no Brasil para com todos os indivíduos honestos e amantes do trabalho.
Se visitarmos as fazendas onde se faz o plantio da cana para o fabrico de açúcar, encontraremos pais de famílias agregados a essas fazendas, que por consentimento dos seus proprietários das mesmas, só com os seus braços e de suas famílias, cultivam terra para milho, feijão, arroz e mandioca: e lhe resulta deste trabalho as quatro espécies de mantimentos mais preciosos ao sustento de uma casa em todo o ano; e ainda vendem sobras. A mesma família cultiva também terra para cana, e deste trabalho resulta o açúcar para o seu gasto anual, e para vender, a fim de remediar suas precisões. Trata de uma maior ou menor porção de cafeeiros, dos quais colhe certo numero de arrobas de café, do que podem obter dois ou três mil cruzados; e além dessas vantagens, pode essa família criar galinhas, perus e outras aves, assim como pode criar boi, o cavalo, porcos, carneiros, etc.
Se visitarmos as fazendas propriamente de café, aí veremos destes agregados, com suas casas abundando de todos os mantimentos, com criações domésticas de toda espécie e bem boa renda proveniente do café que cultivam e do que colhem a meia dos cafezeiros do fazendeiro.
Se visitarmos outras localidades, onde não há agregados, e sim pequenos lavradores proprietários, ai os encontraremos com bem lindas e produtivas situações das quais podem tirar amplíssimos meios de subsistência, tendo mais que os agregados da fazenda, o valor destas situações na porção de alguns mil cruzados. Dito isto, em geral, consideremos o que há quanto a outras condições que concorrem na Colônia Rio Novo; e quanto à fertilidade do seu terreno.
A Vila de Itapemirim fundada na margem Sul do rio do mesmo nome, abrangem seu Município muitos terrenos e importantes estabelecimentos agrícolas situados nas margens do mesmo rio, e os produtos agrícolas daquele importante e populoso Município são exportados diretamente para o Rio de Janeiro, nas embarcações que frequentam o Porto da mesma Vila de Itapemirim, do qual Porto vai ao Rio de Janeiro se vai em 36 horas tendo vento regular e favorável.
Ao Sul de Itapemirim, seis léguas, desemboca no mar o rio Itabapoana cuja margem norte pertence ao Município de Itapemirim. As margens deste rio abundam de excelentes terrenos e os seus produtos vão igualmente em direção para o Rio de Janeiro nas embarcações que frequentam o Porto de Itabapoana, nome que tem uma povoação ali fundada, em ambas as margens daquele rio próximo a sua foz.
Ao Norte de Itapemirim. 4 léguas, deságua no mar o rio Piúma pertencente em parte a Itapemirim, e em parte ao Município da Vila de Benevente; e nas margens deste rio e nas de seus confluentes, há excelentes terrenos nas melhores condições para a agricultura: os produtos dessa localidade são igualmente exportadas para o Rio de Janeiro nas embarcações que navegam para o Porto de Piúma, nome que tem a povoação fundada na margem sul daquele rio, muito próximo a sua foz.
Ao Norte do Piúma, duas léguas, está a Vila de Benevente, situada na margem norte do rio do mesmo nome; o qual tem ótimos terrenos em suas margens, e tudo quanto produzem é exportado diretamente para o Rio de Janeiro, nas embarcações que constantemente entram no Porto da dita vila.
Pelo que fica dito conhece-se que no espaço de doze léguas de costa de mar existem quatro Portos exportadores que recebem continuadamente as embarcações empregadas na condução de produtos agrícolas desses Portos para o grande mercado do Rio de Janeiro; e por conseguinte, há sempre não só prontos meios de comunicação por mar e terra, como transporte fácil e pouco dispendioso para os indivíduos que pessoalmente precisam ou precisarem ir desses lugares a Cidade do Rio de Janeiro e vice-versa arranjar seus negócios.
Tantas vantagens ao mesmo tempo, e tantos meios de viver felizmente e de adquirir fortuna, são por certo ignorados da maior parte das populações Europeias; as quais, para viverem ali honestamente e remediar suas necessidades, trabalham sem cessar, sujeitas as privações inauditas; e quantas misérias acometem essas populações quando faltam cerceais e trabalho para do seu fruto se manterem? Causam horror as narrações que a semelhante respeito nos fazem os viajantes que em tais ocasiões se tem achado nas localidades onde se passam essas cenas de dor.
Para suavizar a misera existência de milhares de indivíduos que tanto sofrem nos diferentes pontos da Europa, e mesmo para melhorar a fortuna dos que já possuem algum cabedal, acha-se o Império do Brasil com os braços abertos, e pronto a receber esses indivíduos e sua famílias, as quais com seus chefes, encontrarão a par do melhor acolhimento dos brasileiros, o seu bem estar presente e a sua futura prosperidade, uma vez que ponha do seu lado o amor ao trabalho, perseverança e boa diligencia.
Com estas condições poderão todos os indivíduos laboriosos lograr muita satisfação domestica, abundancia em suas casas e o crescimento quotidiano da sua fortuna; e na presença de tantas circunstâncias favoráveis, porque, vós habitantes dos diferentes pontos da Europa, que viveis com tanto trabalho sem a menor esperança de melhorar vossa sorte e de vossas famílias: sem um presente e sem um futuro, não vindes gozar do abençoado solo brasileiro de tantas vantagens que ele vos oferece? Falta-vos resolução para deixardes a Pátria? Pois bem, considerais a Pátria impossibilitada de manter tantos filhos, e que vós não podeis viver jamais do gozo necessário; que não tereis jamais a vossa disposição os meios indispensáveis para vencer as muitas dificuldades da vida, que por mil modos vos acometem, e obstam a que vivais, já não digo felizes, mas regularmente; e conhecereis a necessidade de passardes pela dor, que tantos outros têm passado, de separar-vos do lugar que vos viu nascer, a fim de virdes gozar, durante o resto dos vossos dias, das vantagens que a todos oferece este vasto país, onde achareis de pronto a estrada do vosso bom futuro, e de vossas famílias. Após estas considerações estou certo que concordareis na retirada.
Faltam-vos os meios para realizar a empresa da vossa mudança? Pois bem, eu por mim ou por intermédio de outrem, vos fornecereis estes meios para retribuirdes com suavidade pelo fruto de vosso trabalho: eis tudo quanto agora precisais, e depois que chegardes a mim, tereis os meio que vos hão de ser precisos para começardes os vossos estabelecimentos de que tereis certamente uma renda superior a vossa despesa bem regulada; e tereis sobras para satisfazerdes os vossos compromissos, e acrescentardes cada vez mais as vossas nascentes fortunas.
Nas margens dos rios Itapemirim, Novo, Itapoana, Iconha e seus confluentes ribeiros, acha-se fundada uma Colônia sob os auspícios da Associação Colonial do Rio Novo; e tal Colônia esta disposta para receber em seu seio, todos os indivíduos de ambos os sexos que da Europa, indistintamente, Ilhas da Madeira, Canárias e outras, quiserem fazer parte da população da mesma Colônia.
As vantagens que a Colônia oferece quanto a sua localidade e quanto a fertilidade dos seus terrenos são:
1ª Estarem os terrenos onde se acha fundada a Colônia Rio Novo, distante do Porto da Vila de Itapemirim apenas 3 léguas, e poderem os produtos da mesma Colônia levar-se ao dito Porto; embarcando em canoas ou em pequenas barcas no rio Itapemirim, onde chega a Colônia, ou no Rio Novo que cruza por dentro dela; e, em qualquer dos casos há a grande vantagem de conduzir-se grande números de arrobas com o emprego da força de dois homens: se o produto agrícola for para o Porto de Itapemirim, os seus condutores farão, como fazem, a viagem de ida e volta em um só dia; e se forem para Piúma, em alguns casos, gastarão o mesmo tempo, e n’outros um dia e meio.
2ª Estar o Porto de Piúma a duas léguas do começo da Colônia, e ai, como no de Itapemirim se realizar a importação de gêneros e fazendas necessárias a Colônia, podendo seus habitantes ir aqueles pontos arranjar seus negócios e voltar para suas casas em poucas horas: mais ou menos segundo as distancias a que residem.
3ª Está o Porto da Vila de Benevente, a 3 léguas de distancia e a ele podem concorrer os habitantes da Colônia para seus arranjos, e voltar para as suas casas no mesmo dia. Estas três condições muito concorrerão para o aumento de prosperidade dos habitantes da Colônia Rio Novo, colocada tão vantajosamente no centro dos três Portos de mar que ficam mencionados, e esse aumento de prosperidade é bem palpável, se atendermos a circunstancia de poderem os habitantes laboriosos poupar os muitos dias de trabalho que perderiam se lhes fossem necessário ir a maiores distancias arranjar o que necessitassem em suas casas; assim como se atendermos a grande economia no transporte de seus gêneros que neste caso só basta embarcá-los nas proximidades dos seus estabelecimentos, em pequenas canoas ou barcas, e os conduzirem pelo rio até o Porto de Piúma, para o que terão toda facilidade.
Ainda outra comodidade para todos os habitantes da Colônia se faz muito palpável, e é que todo o individuo que necessitar ir ao Rio de Janeiro, para onde se exportam todos os produtos da Colônia, terão sempre, em qualquer dos Portos mencionados, as embarcações empregadas na condução desses produtos; e deste modo farão sempre a viagem a Corte com pouco dispêndio e sem trabalho; e ainda esta comodidade de se tornará mais saliente, logo que de Piúma para o Rio de Janeiro se estabeleça a navegação a vapor, como se pretende.
4ª Serem os terrenos banhados pelos rios que ficam especificados e seus confluentes ribeiros da maior força produtiva, e oferecem ao lavrador, correndo boa a estação, por um alqueire de milho de semeadura, de cento e vinte a cento e cinqüenta, e as vezes mais, que regularmente se vende de mil e seiscentos a dois mil.
Por um alqueire de feijão de semeadura, de oitenta e cem alqueires, que se vende de dois a três mil réis, e é de notar que estes dois produtos se obtém duas vezes por ano; pois que se semeiam em Março para colher em junho e julho; e em setembro, para colher em dezembro.
Por um alqueire de arroz de semeadura de cento e cinqüenta a duzentos alqueires, que se vende a duzentos a mil seiscentos reis.
5ª Presta-se a mandioca de que se faz a farinha (chamada de pão) ao uso cotidiano, no fim de seis meses depois de plantada. Esta importante e salutar planta, não se colhe toda ao mesmo tempo; mas sim uma certa quantidade cada semana que chegue para o gasto ordinário. Dura ela na terra superficialmente, até 3 anos, e ali esta sempre as ordens do lavrador, que nesse caso bem considera a terra o seu celeiro que abre quando necessita, a qualquer hora. A raiz desta planta vai-se extraindo na porção precisa, e logo plantando-se outra no lugar da extraída; de forma que quando se acaba de extrair a mandioca que primeiro se plantou, já a da segunda plantação começa a suprir; ela produz em muita abundancia e cultiva-se com grande facilidade. Em terra boa como a da Colônia, vê-se muitas vezes uma raiz de mandioca produzir uma quarta de farinha; e o pé de mandioca que oferece esta raiz, quase sempre tem três ou quatro, outras mais pequenas; e quereis saber o que foi necessário fazer para obter esta fartura? Um golpe na terra bruta com o canto de uma enxada, e um pedacinho do pau da mandioca, de duas polegadas de extensão depositado na cisura que na terra se fez, coberto com a mesma terra levantada pela enxada.
6ª Produzem dez mil cafeeiros, no seu estado florescente que começa no 5º ano de idade, de oitocentos a mil e duzentos arrobas de café, que se está vendendo de três a quatro mil réis cada arroba. Esta porção de café pode ser colhida por cinco pessoas diligentes nos meses de abril, maio, junho e julho.
7ª Produzir regularmente um carro de cana, plantado em boa terra como é o da Colônia, de quarenta a cinqüenta arrobas de açúcar, e quase dois terços de pipa de aguardente; vendendo-se aquele de dois a três mil réis, e esta de quarenta a sessenta mil réis; atualmente vende-se a cento e vinte mil réis.
8ª Dar-se excelentemente o fumo, o anil, o algodão; assim como muitos outros objetos alimentícios, além do milho, feijão, arroz e mandioca; sendo de notar que desta ultima planta se tira além da farinha de que já se tratou, o bom polvilho, e boa tapioca que como a farinha servem para consumo diário e mesmo para vender: a farinha regula de mil e seiscentos a dois mil réis o alqueire, e o polvilho e tapioca de três a três e quinhentos réis.
9ª A vantagem de se colher, além destes frutos do trabalho, os que oferecem as majestosas bananeiras de muitas espécies, as viçosas laranjeiras de muitas qualidades, as limeiras e limoeiros doces, os melões e melancias, as abóboras e muitas espécies de batatas de excelente gosto.
10ª Dar-se com muita rapidez e em grande quantidade a baga de mamona; e isto com muito pouco trabalho, e produzir um alqueire de seus grãos, dezesseis garrafas de óleo para luz, que se vende a duzentos e quarenta réis cada garrafa. Uma mulher cuidadosa, em sua casa, apronta cinco ou seis garrafas diárias; e extraindo-se este óleo por meio de máquinas apropriadas, pode obter-se uma pipa ou mais por dia, que se vende por duzentos mil réis.
Das favoráveis condições para os colonos oferecidas pela Associação
1º Dar-se-á por adiantamento, por intermédio de casas comerciais das cidades marítimas da Europa, o dinheiro necessário para o embarque das famílias e outros indivíduos que quiserem fazer parte da Colônia Rio Novo, sempre que o engajamento for feito por conta imediata ou intervenção de qualquer forma da Associação Colonial de Rio Novo; e o importe das passagens até a mesma Colônia: no caso porém de ser o engajamento contratado em qualquer dos Portos do Brasil, com qualquer importador, adiantar-se-á a importância porque se contratar, e a passagem de qualquer de tais Portos para a Colônia; assim como as mais despesas indispensáveis.
2º Entregar-se-á a cada família que for chegando a Colônia, logo, ou no menor espaço de tempo que for possível uma área de terra que contenha de quarenta a cinqüenta mil braças quadradas, a qual lhe ficará pertencente logo por título de foro perpétuo que se lhe passara.
3º Nesta área de terra achará a família:
1- de dez a vinte mil braças quadradas de mato derrubado, por ser serviço difícil de fazem a quem chega desde logo;
2- uma casa cômoda para habitação da mesma família;
3- os indispensáveis utensílios;
4- as possíveis plantações de cafezeiros, mandioca, milho, feijão, etc.
4º Fornecer-se-lhe-á o preciso milho, feijão e arroz, enquanto não colherem estes mantimentos da primeira sementeira ou plantação que fizerem, que deverá ser na primeira estação apropriada depois que chegarem; e no caso de acharem feitas as plantações regular-se-á o fornecimento até a colheita delas: a farinha de mandioca também se lhe fornecerá nos primeiros quatro meses.
5º Fornecer-se-lhe-ão outros indispensáveis até chegarem os seus primeiros produtos, de que tiram o necessário para pagamento dos débitos que por tais avanços tiverem contraído.
6º Além das vantagens que ficam enumeradas, ficará à disposição das famílias:
1º o preciso terreno junto ao engenho ou engenhos que a Associação há de ter, para que plantem cana de que tirem o açúcar e aguardente que puderem:
2º o moinho, ou moinhos que existirem para que reduzam a farinha, o milho e arroz que quiserem;
3º os engenhos de preparar o café que tiver de transportar, ou vender preparado na Colônia;
4º as conduções que necessitarem para conduzir seus produtos dos seus estabelecimentos para o Porto exportador;
5º o engenho de serrar taboas para que se tenham este gênero sem o comprar, e aproveitem as muitas madeiras que existem nas terras que se lhe destinam;
6º o engenho de fazer óleo de baga de mamona, para que aproveitem este importante produto que com tanta abundancia se dá;
7º a fábrica de farinha de mandioca; e
8º Outras quaisquer oficina da Associação para utilizarem o que delas lhes for preciso.
7º Estabelecidas as primeiras famílias em número suficiente, diligenciar-se-á a existência de um pastor católico para celebrar o Santo Sacrifício da Missa todos os domingos e dias santos.
8º Será garantido o culto religioso seguido pelos colonos que não forem católicos, facilitando-lhes o serem acompanhados por seus respectivos pastores.
9º A todas as famílias que se estabelecem na Colônia, se fornecerão aves e porcos para o começo da criação de tais espécies.
10º De todas estas vantagens poderão gozar as pessoas solteiras que na Colônia se casarem em formarem família.
11º A todas as famílias estabelecidas na Colônia, em torno dos centros coloniais, será permitido o trabalho a meia com a Associação no tratamento de cafezais que tomarão a seu cuidado, e na colheita dos seus frutos; e assim também no plantio de cana para o fabrico do açúcar e da aguardente, enquanto que as terras que tomarem por foro perpétuo não lhes fornecerem produtos com que possam remir suas precisões e pagar seus débitos: desse modo lhes pertencerá metade do café que colherem nos cafezais que se puserem a seu cargo para tratar; e metade do açúcar que se fizer das canas que plantarem e tratarem, devendo no serviço de moagem da cana observar-se o respectivo regulamento da Colônia.
12º As pessoas que não fizerem parte das famílias terão trabalho certo da Associação, para ganhar subsistência, percebendo na atualidade, os adultos capazes de todo o serviço, de oito a doze mil réis por mês útil e dias isolados na mesma proporção: e os menores que poderem trabalhar perceberão de quatro a oito mil réis por mês útil, e dias isolados na mesma proporção; uns e outros deixarão um terço dos seus ganhos para pagamento dos seus débitos; a tais pessoas se concederá a vantagem da condição antecedente logo que possam residir sobre si, em casa própria.
13º Todos os indivíduos da Colônia pertencentes às famílias estabelecidas que se empregarem nos serviços da Associação ganharão o mesmo ordenado ou jornada dos estipulados na condição antecedente.
14º Os indivíduos solteiros, que se mostrem dignos de atenção de bons costumes, que forem trabalhadores diligentes e econômicos; e se acharem com ânimo de cultivar por si, e por meio de engajamentos que façam uma área de terra igual as que se destinam as famílias e de que tratam as concessões 1ª e 3ª, ser-lhe-á ela concedida com os mesmos ônus e vantagens a que ficarem sujeitas as famílias.
Das retribuições dos colonos à Associação Colonial Rio Novo
1ª Pela primeira condição será levada ao débito de cada família ou individuo isoladamente, a importância que se dispuser, a qual começará a vencer juro de seis por cento ao ano, seis meses depois da chegada da mesma família ou indivíduo.
2ª Pela segunda condição ficarão os possuidores de áreas de terra, de que ali se trata, obrigados a um módico foro anual, o qual será perpétuo.
3ª Pela terceira condição serão os possuidores das ditas áreas, obrigados aos módicos valores das benfeitorias que existem feitas por conta e a expensas da Associação para mais facilmente se estabelecerem os mesmos possuidores; tais valores serão embolsados à proporção que se fizerem as colheitas, na porção que se estipular; e nesse ajuste se permite a possível equidade.
4ª Pela quarta condição nada a Associação perceberá até a época da primeira colheita de mantimentos; mas dessa época por diante será debitada a família o indivíduos que viverem sobre si isoladamente o importe dos mantimentos que se lhes fornecer de qualquer espécie.
5ª Pela quinta condição se lhe debitarão os suprimentos que se lhes fizerem desde logo.
6ª Pela sexta condição ficará para a Associação:
1º Um terço do açúcar e aguardente que fizerem no engenho da Associação quando não se der o caso da condição 11ª.
2º Um décimo da farinha que fizerem, de milho ou de outros grãos, nos moinhos da Associação.
3º O preço que regularmente se pagar no país pelo preparo de cada arroba de café nos engenhos da Associação.
4º As conduções que necessitarem para levar seus produtos ao Porto de Piúma serão compensados por um módico dispêndio que se convencionar.
5º A metade do taboado que serrarem nos engenhos da Associação.
6º Um décimo do óleo de mamona que fizerem no engenho da Associação.
7º Um décimo da farinha de mandioca, polvilho e tapioca que fizerem na fábrica da Associação.
8º Os preços que regularmente se pagarem no País por outras quaisquer coisas que necessitarem de quaisquer oficinas que a Associação possuir.
7ª Pela sétima condição nada se exige porque a Associação esta certa de que o Governo do Brasil, como primeiro interessado na mantensa ilesa da Santa religião de Jesus Cristo, concorrerá para que a Colônia Rio Novo não sofra falta por este lado.
8ª Pela oitava condição, nada se exige igualmente pelos mesmos princípios inerentes ao Governo Brasileiro, no que toca a respeitar as crenças dos colonos que correrem ao Brasil, para um dia serem os seus súditos de assim desejarem.
9ª Pela nona condição nada se exigirá das famílias e pessoas solteiras, que viverem em economia separada.
10ª Por todas as mais condições, ficam estabelecidos os ônus que nelas se declara; e para que não ajam dúvidas em contas e ajustes de objetos, haverá um livro cuja guarda ficará a cargo de cada família e dos mais habitantes, onde se lançarão todos os débitos e créditos das mesmas famílias, e indivíduos; e neste livro (cada família terá um) se ajustará sempre as contas. Cada família ou seu Chefe, e cada indivíduo com economia separada saldará o seu débito no menor espaço de tempo possível, e em cada ajuste de contas, assinarão documentos em forma, como for mais conveniente dos saldos que ficarem devendo.
Cálculo do rendimento que provavelmente terá uma família anualmente
Postos estes pormenores, vantagens, condições e retribuições, passo a demonstrar a renda que uma família poderá obter anualmente, sempre que uma boa estação, e diligencia do lavrador concorram.
Suponhamos que uma família habitante da Colônia conte com 5 pessoas úteis, e que possuindo uma área de terra das de que se trata nas condições 2ª e 3ª plantam como é possível dois alqueires de milho: por este lado terão segundo a experiência tem mostrado, cento e trinta e cinco alqueires termo médio, por cada um de semeadura, e por ambos duzentos e setenta ditos.
Destes 270 alqueires, suponhamos que guarda para gastos 70 alqueires, e que vende 200 alqueires a 1.600 réis: terá neste caso 320.000 réis
Suponhamos que na mesma terra ocupada pelo milho, semeie 3 alqueires de feijão, e que estes produzem termo médio, 80 alqueires por cada um de semeadura: teremos 240 alqueires por todos. Destes 240 alqueires, tirando 40 para o gasto e vendendo200 a2.000 réis: teremos 400.000 réis.
Suponhamos que na mesma área semeia-se um alqueire de arroz e que colhendo 200 alqueires, tiram 30 para o gasto, e vende 170 ao preço de 1.000 réis: teremos em tal caso 170 000 réis.
Suponhamos que 10.000 cafeeiros colhem seiscentas arrobas (pode colher-se 1.200) e que destas tiram 20 para gasto e vendem 580 arrobas a 3.000 réis (vende-se atualmente de3 a4.500 réis) teremos: 1:740.000 réis.
Como o milho e o feijão se colhem duas vezes por ano, supondo que os produtos acima são plantação de março, teremos pelo milho da plantação de setembro 320.000 réis.
Teremos mais pela plantação do feijão de setembro, que sempre é mais inferior por causa das chuvas 180.000 réis.
Soma tudo, sem falar em outras coisas que se pode acumular, no caso de ocorrer boa estação, e haver boa diligencia do lavrador. 3.130.000 réis.
Por este cálculo, vê-se, que mediante uma boa estação, e atividade do lavrador, poderá lograr-se a importância de 5:130.000 réis: e descontando-se dessa soma a quantia de 530.000 réis para preparo do café e conduções, ainda ficará líquida a quantia de 2:600.000 réis.
A maior parte das despesas ordinárias de uma tal família será satisfeita com o produto de outros frutos acessórios; como sejam o de alguns alqueires de farinha, polvilho e tapioca, que sobra do gasto ordinário, o de criações que também se vendem, os de algumas garrafas de óleo de mamona que sobra da luz, o de alguma madeira que sempre se aproveita (há muitas árvores que com bem pouco trabalho dão 40, 50 e 60 000 réis), o de algum dia que sempre se ganha da Associação que continuadamente fornecerá trabalho; o de algum algodão que as mulheres podem fiar a noite e nos dias chuvosos, o de algum açúcar e aguardente se poderá obter, e finalmente o de outros objetos que será fastigioso enumerar; mas supondo ainda que a família querendo melhor tratar-se, gasta-se mais de 600 000 réis; vê-se que ainda lhe fica a quantia de 2:000 000 réis para aumento de sua fortuna, além do aumento de valor que sua propriedade terá de ano a ano.
Em quanto os cafezais plantados nas áreas de terras pertencentes às famílias coloniais, não produzirem, poderá suprir os cafezais da Associação onde os colonos poderão colher a meia, e também poderão suprir o fabrico do açúcar em maior escala; mas quando assim não fosse, ainda assim, a renda produzida pelos outros objetos da lavoura será muito superior a despesa, e dará sobra para socorrer a parte dos compromissos dos mesmos colonos: em todo caso ver-se-ão os mesmos colonos no meio da abundancia em todo ano, e salvos das necessidades que os flagelam na Europa. E se alguma família tiver lá alguma fortuna, mas que não tenha meios de fazê-la aumentar terá toda possibilidade de prosperar na Colônia Rio Novo onde poderá obter por aforamento perpétuo os terrenos que necessitar para cultivá-los por si, e por meio dos seus engajados. Por semelhante modo uma família apenas remediada na Europa, tornar-se-á proprietária, mais ou menos importante na Colônia, em muito pouco tempo. O que deste modo avaliamos, poderíamos provar com grande numero de exemplos.
À vista pois de todo expendido, fica demonstrado e é indubitável, que as vantagens especificadas, convidam as populações a procurá-las, e as que quiserem fazer parte da Colônia Rio Novo acharão exato tudo quanto aqui fica exarado.
[Transcrição do original: Ronald Mansur. Reprodução autorizada pelo transcritor.]
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Vista geral de Rio Novo, 1912. Associação Colonial do Rio Novo O texto desta publicação é a propaganda oficial que atraiu os suíços p...
Breves reflexões a respeito das vantagens que oferece a Colônia Rio Novo pela fertilidade do seu terreno e sua posição topográfica, e das favoráveis condições para os colonos que nela quiserem estabelecer-se, seguida de um cálculo aproximado da renda presumível de uma família anualmente
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Vista geral de Rio Novo, 1912. |
Associação Colonial do Rio Novo
O texto desta publicação é a propaganda oficial que atraiu os suíços para Rio Novo. Foi publicado em português, francês e alemão, datado de 14 de fevereiro de 1854. O original ficou guardado com a família Rohr. Com a movimentação dos descendentes dos suíços, Valdenir Rohr o descobriu no fundo de um velho baú.
Este trabalho é uma contribuição ao resgate histórico da saga e da luta que 46 suíças e 44 suíços que deixaram sua Pátria e chegaram a Itapemirim no dia 21 de dezembro de 1856, depois seguiram para Rio Novo. Hoje os 90 são milhares, suíços/suíças brasileiros/brasileiras ou brasileiros/brasileiras suíços/suíças. Homenagem aos 90 pioneiros e pioneiras, aos milhares de descendentes e em especial aos que valorizam os antepassados e mergulham na sua História.
A ação é em nome de minha esposa Eliane e nossa família que tem o sangue dos Stauffer, Kobi, Laiber, Scheidegger e Scherrer.
Ronald Mansur
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Breves reflexões a respeito das vantagens que oferece a Colônia Rio Novo pela fertilidade do seu terreno e sua posição topográfica, e das favoráveis condições para os colonos que nela quiserem estabelecer-se, seguida de um cálculo aproximado da renda presumível de uma família anualmente
Se examinarmos com atenção quanto se há escrito sobre a verdadeira fonte da riqueza pública em todo o mundo conhecido, veremos claramente que ela provém da agricultura; e se procurarmos indicar onde o trabalho agrícola é melhor compensado, pela abundancia de produtos, conheceremos logo que o solo brasileiro é um dos do Globo que oferece ao homem laborioso o maior premio de seu trabalho.
A quase constante primavera deste país em quase todo o seu litoral e centro, a sua suave temperatura atmosférica, a sua fertilidade e constante vegetação enfim, são condições bastante para o viver indolente de uma grande parte de sua população que não aspira riquezas; assim como o meio mais fácil para a formação de crescidas fortunas.
Por toda parte do Brasil vemos casas opulentíssimas, criadas pelo fruto do trabalho pessoal de seus fundadores, ao passo que se encontra em algumas povoações muitos habitantes que mais ou menos aspirando só ao pão de cada dia, e o humilde vestuário, desafiados pela decência que a seu modo guardam, do que pelas intempéries, vivem muito satisfeitos, e como que felizes porque tudo logram da fertilidade da terra com pouco trabalho.
Vemos, entretanto, a par destes indolentes habitantes, alguns indivíduos laboriosos que apenas com o recurso de sua própria força e vontade sustentam as famílias de que são chefes, com o produto de sua lavoura, e todos se julgam felizes, porque tem o necessário para viverem, e ainda lhes sobra! E em que lugar da Europa pode conseguir-se semelhante vantagem? De certo em nenhuma parte se encontram condições, e uma fertilidade tal, que permita a um individuo, muito embora laborioso trabalhador, o viver com sua família em abundancia, com a decência inerente a sua posição social, e segundo os usos das localidades em que residem, entretanto, vemos dar-se isto no Brasil para com todos os indivíduos honestos e amantes do trabalho.
Se visitarmos as fazendas onde se faz o plantio da cana para o fabrico de açúcar, encontraremos pais de famílias agregados a essas fazendas, que por consentimento dos seus proprietários das mesmas, só com os seus braços e de suas famílias, cultivam terra para milho, feijão, arroz e mandioca: e lhe resulta deste trabalho as quatro espécies de mantimentos mais preciosos ao sustento de uma casa em todo o ano; e ainda vendem sobras. A mesma família cultiva também terra para cana, e deste trabalho resulta o açúcar para o seu gasto anual, e para vender, a fim de remediar suas precisões. Trata de uma maior ou menor porção de cafeeiros, dos quais colhe certo numero de arrobas de café, do que podem obter dois ou três mil cruzados; e além dessas vantagens, pode essa família criar galinhas, perus e outras aves, assim como pode criar boi, o cavalo, porcos, carneiros, etc.
Se visitarmos as fazendas propriamente de café, aí veremos destes agregados, com suas casas abundando de todos os mantimentos, com criações domésticas de toda espécie e bem boa renda proveniente do café que cultivam e do que colhem a meia dos cafezeiros do fazendeiro.
Se visitarmos outras localidades, onde não há agregados, e sim pequenos lavradores proprietários, ai os encontraremos com bem lindas e produtivas situações das quais podem tirar amplíssimos meios de subsistência, tendo mais que os agregados da fazenda, o valor destas situações na porção de alguns mil cruzados. Dito isto, em geral, consideremos o que há quanto a outras condições que concorrem na Colônia Rio Novo; e quanto à fertilidade do seu terreno.
A Vila de Itapemirim fundada na margem Sul do rio do mesmo nome, abrangem seu Município muitos terrenos e importantes estabelecimentos agrícolas situados nas margens do mesmo rio, e os produtos agrícolas daquele importante e populoso Município são exportados diretamente para o Rio de Janeiro, nas embarcações que frequentam o Porto da mesma Vila de Itapemirim, do qual Porto vai ao Rio de Janeiro se vai em 36 horas tendo vento regular e favorável.
Ao Sul de Itapemirim, seis léguas, desemboca no mar o rio Itabapoana cuja margem norte pertence ao Município de Itapemirim. As margens deste rio abundam de excelentes terrenos e os seus produtos vão igualmente em direção para o Rio de Janeiro nas embarcações que frequentam o Porto de Itabapoana, nome que tem uma povoação ali fundada, em ambas as margens daquele rio próximo a sua foz.
Ao Norte de Itapemirim. 4 léguas, deságua no mar o rio Piúma pertencente em parte a Itapemirim, e em parte ao Município da Vila de Benevente; e nas margens deste rio e nas de seus confluentes, há excelentes terrenos nas melhores condições para a agricultura: os produtos dessa localidade são igualmente exportadas para o Rio de Janeiro nas embarcações que navegam para o Porto de Piúma, nome que tem a povoação fundada na margem sul daquele rio, muito próximo a sua foz.
Ao Norte do Piúma, duas léguas, está a Vila de Benevente, situada na margem norte do rio do mesmo nome; o qual tem ótimos terrenos em suas margens, e tudo quanto produzem é exportado diretamente para o Rio de Janeiro, nas embarcações que constantemente entram no Porto da dita vila.
Pelo que fica dito conhece-se que no espaço de doze léguas de costa de mar existem quatro Portos exportadores que recebem continuadamente as embarcações empregadas na condução de produtos agrícolas desses Portos para o grande mercado do Rio de Janeiro; e por conseguinte, há sempre não só prontos meios de comunicação por mar e terra, como transporte fácil e pouco dispendioso para os indivíduos que pessoalmente precisam ou precisarem ir desses lugares a Cidade do Rio de Janeiro e vice-versa arranjar seus negócios.
Tantas vantagens ao mesmo tempo, e tantos meios de viver felizmente e de adquirir fortuna, são por certo ignorados da maior parte das populações Europeias; as quais, para viverem ali honestamente e remediar suas necessidades, trabalham sem cessar, sujeitas as privações inauditas; e quantas misérias acometem essas populações quando faltam cerceais e trabalho para do seu fruto se manterem? Causam horror as narrações que a semelhante respeito nos fazem os viajantes que em tais ocasiões se tem achado nas localidades onde se passam essas cenas de dor.
Para suavizar a misera existência de milhares de indivíduos que tanto sofrem nos diferentes pontos da Europa, e mesmo para melhorar a fortuna dos que já possuem algum cabedal, acha-se o Império do Brasil com os braços abertos, e pronto a receber esses indivíduos e sua famílias, as quais com seus chefes, encontrarão a par do melhor acolhimento dos brasileiros, o seu bem estar presente e a sua futura prosperidade, uma vez que ponha do seu lado o amor ao trabalho, perseverança e boa diligencia.
Com estas condições poderão todos os indivíduos laboriosos lograr muita satisfação domestica, abundancia em suas casas e o crescimento quotidiano da sua fortuna; e na presença de tantas circunstâncias favoráveis, porque, vós habitantes dos diferentes pontos da Europa, que viveis com tanto trabalho sem a menor esperança de melhorar vossa sorte e de vossas famílias: sem um presente e sem um futuro, não vindes gozar do abençoado solo brasileiro de tantas vantagens que ele vos oferece? Falta-vos resolução para deixardes a Pátria? Pois bem, considerais a Pátria impossibilitada de manter tantos filhos, e que vós não podeis viver jamais do gozo necessário; que não tereis jamais a vossa disposição os meios indispensáveis para vencer as muitas dificuldades da vida, que por mil modos vos acometem, e obstam a que vivais, já não digo felizes, mas regularmente; e conhecereis a necessidade de passardes pela dor, que tantos outros têm passado, de separar-vos do lugar que vos viu nascer, a fim de virdes gozar, durante o resto dos vossos dias, das vantagens que a todos oferece este vasto país, onde achareis de pronto a estrada do vosso bom futuro, e de vossas famílias. Após estas considerações estou certo que concordareis na retirada.
Faltam-vos os meios para realizar a empresa da vossa mudança? Pois bem, eu por mim ou por intermédio de outrem, vos fornecereis estes meios para retribuirdes com suavidade pelo fruto de vosso trabalho: eis tudo quanto agora precisais, e depois que chegardes a mim, tereis os meio que vos hão de ser precisos para começardes os vossos estabelecimentos de que tereis certamente uma renda superior a vossa despesa bem regulada; e tereis sobras para satisfazerdes os vossos compromissos, e acrescentardes cada vez mais as vossas nascentes fortunas.
Nas margens dos rios Itapemirim, Novo, Itapoana, Iconha e seus confluentes ribeiros, acha-se fundada uma Colônia sob os auspícios da Associação Colonial do Rio Novo; e tal Colônia esta disposta para receber em seu seio, todos os indivíduos de ambos os sexos que da Europa, indistintamente, Ilhas da Madeira, Canárias e outras, quiserem fazer parte da população da mesma Colônia.
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Paisagem às margens do rio Novo. 1912. |
1ª Estarem os terrenos onde se acha fundada a Colônia Rio Novo, distante do Porto da Vila de Itapemirim apenas 3 léguas, e poderem os produtos da mesma Colônia levar-se ao dito Porto; embarcando em canoas ou em pequenas barcas no rio Itapemirim, onde chega a Colônia, ou no Rio Novo que cruza por dentro dela; e, em qualquer dos casos há a grande vantagem de conduzir-se grande números de arrobas com o emprego da força de dois homens: se o produto agrícola for para o Porto de Itapemirim, os seus condutores farão, como fazem, a viagem de ida e volta em um só dia; e se forem para Piúma, em alguns casos, gastarão o mesmo tempo, e n’outros um dia e meio.
2ª Estar o Porto de Piúma a duas léguas do começo da Colônia, e ai, como no de Itapemirim se realizar a importação de gêneros e fazendas necessárias a Colônia, podendo seus habitantes ir aqueles pontos arranjar seus negócios e voltar para suas casas em poucas horas: mais ou menos segundo as distancias a que residem.
3ª Está o Porto da Vila de Benevente, a 3 léguas de distancia e a ele podem concorrer os habitantes da Colônia para seus arranjos, e voltar para as suas casas no mesmo dia. Estas três condições muito concorrerão para o aumento de prosperidade dos habitantes da Colônia Rio Novo, colocada tão vantajosamente no centro dos três Portos de mar que ficam mencionados, e esse aumento de prosperidade é bem palpável, se atendermos a circunstancia de poderem os habitantes laboriosos poupar os muitos dias de trabalho que perderiam se lhes fossem necessário ir a maiores distancias arranjar o que necessitassem em suas casas; assim como se atendermos a grande economia no transporte de seus gêneros que neste caso só basta embarcá-los nas proximidades dos seus estabelecimentos, em pequenas canoas ou barcas, e os conduzirem pelo rio até o Porto de Piúma, para o que terão toda facilidade.
Ainda outra comodidade para todos os habitantes da Colônia se faz muito palpável, e é que todo o individuo que necessitar ir ao Rio de Janeiro, para onde se exportam todos os produtos da Colônia, terão sempre, em qualquer dos Portos mencionados, as embarcações empregadas na condução desses produtos; e deste modo farão sempre a viagem a Corte com pouco dispêndio e sem trabalho; e ainda esta comodidade de se tornará mais saliente, logo que de Piúma para o Rio de Janeiro se estabeleça a navegação a vapor, como se pretende.
4ª Serem os terrenos banhados pelos rios que ficam especificados e seus confluentes ribeiros da maior força produtiva, e oferecem ao lavrador, correndo boa a estação, por um alqueire de milho de semeadura, de cento e vinte a cento e cinqüenta, e as vezes mais, que regularmente se vende de mil e seiscentos a dois mil.
Por um alqueire de feijão de semeadura, de oitenta e cem alqueires, que se vende de dois a três mil réis, e é de notar que estes dois produtos se obtém duas vezes por ano; pois que se semeiam em Março para colher em junho e julho; e em setembro, para colher em dezembro.
Por um alqueire de arroz de semeadura de cento e cinqüenta a duzentos alqueires, que se vende a duzentos a mil seiscentos reis.
5ª Presta-se a mandioca de que se faz a farinha (chamada de pão) ao uso cotidiano, no fim de seis meses depois de plantada. Esta importante e salutar planta, não se colhe toda ao mesmo tempo; mas sim uma certa quantidade cada semana que chegue para o gasto ordinário. Dura ela na terra superficialmente, até 3 anos, e ali esta sempre as ordens do lavrador, que nesse caso bem considera a terra o seu celeiro que abre quando necessita, a qualquer hora. A raiz desta planta vai-se extraindo na porção precisa, e logo plantando-se outra no lugar da extraída; de forma que quando se acaba de extrair a mandioca que primeiro se plantou, já a da segunda plantação começa a suprir; ela produz em muita abundancia e cultiva-se com grande facilidade. Em terra boa como a da Colônia, vê-se muitas vezes uma raiz de mandioca produzir uma quarta de farinha; e o pé de mandioca que oferece esta raiz, quase sempre tem três ou quatro, outras mais pequenas; e quereis saber o que foi necessário fazer para obter esta fartura? Um golpe na terra bruta com o canto de uma enxada, e um pedacinho do pau da mandioca, de duas polegadas de extensão depositado na cisura que na terra se fez, coberto com a mesma terra levantada pela enxada.
6ª Produzem dez mil cafeeiros, no seu estado florescente que começa no 5º ano de idade, de oitocentos a mil e duzentos arrobas de café, que se está vendendo de três a quatro mil réis cada arroba. Esta porção de café pode ser colhida por cinco pessoas diligentes nos meses de abril, maio, junho e julho.
7ª Produzir regularmente um carro de cana, plantado em boa terra como é o da Colônia, de quarenta a cinqüenta arrobas de açúcar, e quase dois terços de pipa de aguardente; vendendo-se aquele de dois a três mil réis, e esta de quarenta a sessenta mil réis; atualmente vende-se a cento e vinte mil réis.
8ª Dar-se excelentemente o fumo, o anil, o algodão; assim como muitos outros objetos alimentícios, além do milho, feijão, arroz e mandioca; sendo de notar que desta ultima planta se tira além da farinha de que já se tratou, o bom polvilho, e boa tapioca que como a farinha servem para consumo diário e mesmo para vender: a farinha regula de mil e seiscentos a dois mil réis o alqueire, e o polvilho e tapioca de três a três e quinhentos réis.
9ª A vantagem de se colher, além destes frutos do trabalho, os que oferecem as majestosas bananeiras de muitas espécies, as viçosas laranjeiras de muitas qualidades, as limeiras e limoeiros doces, os melões e melancias, as abóboras e muitas espécies de batatas de excelente gosto.
10ª Dar-se com muita rapidez e em grande quantidade a baga de mamona; e isto com muito pouco trabalho, e produzir um alqueire de seus grãos, dezesseis garrafas de óleo para luz, que se vende a duzentos e quarenta réis cada garrafa. Uma mulher cuidadosa, em sua casa, apronta cinco ou seis garrafas diárias; e extraindo-se este óleo por meio de máquinas apropriadas, pode obter-se uma pipa ou mais por dia, que se vende por duzentos mil réis.
Das favoráveis condições para os colonos oferecidas pela Associação
1º Dar-se-á por adiantamento, por intermédio de casas comerciais das cidades marítimas da Europa, o dinheiro necessário para o embarque das famílias e outros indivíduos que quiserem fazer parte da Colônia Rio Novo, sempre que o engajamento for feito por conta imediata ou intervenção de qualquer forma da Associação Colonial de Rio Novo; e o importe das passagens até a mesma Colônia: no caso porém de ser o engajamento contratado em qualquer dos Portos do Brasil, com qualquer importador, adiantar-se-á a importância porque se contratar, e a passagem de qualquer de tais Portos para a Colônia; assim como as mais despesas indispensáveis.
2º Entregar-se-á a cada família que for chegando a Colônia, logo, ou no menor espaço de tempo que for possível uma área de terra que contenha de quarenta a cinqüenta mil braças quadradas, a qual lhe ficará pertencente logo por título de foro perpétuo que se lhe passara.
3º Nesta área de terra achará a família:
1- de dez a vinte mil braças quadradas de mato derrubado, por ser serviço difícil de fazem a quem chega desde logo;
2- uma casa cômoda para habitação da mesma família;
3- os indispensáveis utensílios;
4- as possíveis plantações de cafezeiros, mandioca, milho, feijão, etc.
4º Fornecer-se-lhe-á o preciso milho, feijão e arroz, enquanto não colherem estes mantimentos da primeira sementeira ou plantação que fizerem, que deverá ser na primeira estação apropriada depois que chegarem; e no caso de acharem feitas as plantações regular-se-á o fornecimento até a colheita delas: a farinha de mandioca também se lhe fornecerá nos primeiros quatro meses.
5º Fornecer-se-lhe-ão outros indispensáveis até chegarem os seus primeiros produtos, de que tiram o necessário para pagamento dos débitos que por tais avanços tiverem contraído.
6º Além das vantagens que ficam enumeradas, ficará à disposição das famílias:
1º o preciso terreno junto ao engenho ou engenhos que a Associação há de ter, para que plantem cana de que tirem o açúcar e aguardente que puderem:
2º o moinho, ou moinhos que existirem para que reduzam a farinha, o milho e arroz que quiserem;
3º os engenhos de preparar o café que tiver de transportar, ou vender preparado na Colônia;
4º as conduções que necessitarem para conduzir seus produtos dos seus estabelecimentos para o Porto exportador;
5º o engenho de serrar taboas para que se tenham este gênero sem o comprar, e aproveitem as muitas madeiras que existem nas terras que se lhe destinam;
6º o engenho de fazer óleo de baga de mamona, para que aproveitem este importante produto que com tanta abundancia se dá;
7º a fábrica de farinha de mandioca; e
8º Outras quaisquer oficina da Associação para utilizarem o que delas lhes for preciso.
7º Estabelecidas as primeiras famílias em número suficiente, diligenciar-se-á a existência de um pastor católico para celebrar o Santo Sacrifício da Missa todos os domingos e dias santos.
8º Será garantido o culto religioso seguido pelos colonos que não forem católicos, facilitando-lhes o serem acompanhados por seus respectivos pastores.
9º A todas as famílias que se estabelecem na Colônia, se fornecerão aves e porcos para o começo da criação de tais espécies.
10º De todas estas vantagens poderão gozar as pessoas solteiras que na Colônia se casarem em formarem família.
11º A todas as famílias estabelecidas na Colônia, em torno dos centros coloniais, será permitido o trabalho a meia com a Associação no tratamento de cafezais que tomarão a seu cuidado, e na colheita dos seus frutos; e assim também no plantio de cana para o fabrico do açúcar e da aguardente, enquanto que as terras que tomarem por foro perpétuo não lhes fornecerem produtos com que possam remir suas precisões e pagar seus débitos: desse modo lhes pertencerá metade do café que colherem nos cafezais que se puserem a seu cargo para tratar; e metade do açúcar que se fizer das canas que plantarem e tratarem, devendo no serviço de moagem da cana observar-se o respectivo regulamento da Colônia.
12º As pessoas que não fizerem parte das famílias terão trabalho certo da Associação, para ganhar subsistência, percebendo na atualidade, os adultos capazes de todo o serviço, de oito a doze mil réis por mês útil e dias isolados na mesma proporção: e os menores que poderem trabalhar perceberão de quatro a oito mil réis por mês útil, e dias isolados na mesma proporção; uns e outros deixarão um terço dos seus ganhos para pagamento dos seus débitos; a tais pessoas se concederá a vantagem da condição antecedente logo que possam residir sobre si, em casa própria.
13º Todos os indivíduos da Colônia pertencentes às famílias estabelecidas que se empregarem nos serviços da Associação ganharão o mesmo ordenado ou jornada dos estipulados na condição antecedente.
14º Os indivíduos solteiros, que se mostrem dignos de atenção de bons costumes, que forem trabalhadores diligentes e econômicos; e se acharem com ânimo de cultivar por si, e por meio de engajamentos que façam uma área de terra igual as que se destinam as famílias e de que tratam as concessões 1ª e 3ª, ser-lhe-á ela concedida com os mesmos ônus e vantagens a que ficarem sujeitas as famílias.
Das retribuições dos colonos à Associação Colonial Rio Novo
1ª Pela primeira condição será levada ao débito de cada família ou individuo isoladamente, a importância que se dispuser, a qual começará a vencer juro de seis por cento ao ano, seis meses depois da chegada da mesma família ou indivíduo.
2ª Pela segunda condição ficarão os possuidores de áreas de terra, de que ali se trata, obrigados a um módico foro anual, o qual será perpétuo.
3ª Pela terceira condição serão os possuidores das ditas áreas, obrigados aos módicos valores das benfeitorias que existem feitas por conta e a expensas da Associação para mais facilmente se estabelecerem os mesmos possuidores; tais valores serão embolsados à proporção que se fizerem as colheitas, na porção que se estipular; e nesse ajuste se permite a possível equidade.
4ª Pela quarta condição nada a Associação perceberá até a época da primeira colheita de mantimentos; mas dessa época por diante será debitada a família o indivíduos que viverem sobre si isoladamente o importe dos mantimentos que se lhes fornecer de qualquer espécie.
5ª Pela quinta condição se lhe debitarão os suprimentos que se lhes fizerem desde logo.
6ª Pela sexta condição ficará para a Associação:
1º Um terço do açúcar e aguardente que fizerem no engenho da Associação quando não se der o caso da condição 11ª.
2º Um décimo da farinha que fizerem, de milho ou de outros grãos, nos moinhos da Associação.
3º O preço que regularmente se pagar no país pelo preparo de cada arroba de café nos engenhos da Associação.
4º As conduções que necessitarem para levar seus produtos ao Porto de Piúma serão compensados por um módico dispêndio que se convencionar.
5º A metade do taboado que serrarem nos engenhos da Associação.
6º Um décimo do óleo de mamona que fizerem no engenho da Associação.
7º Um décimo da farinha de mandioca, polvilho e tapioca que fizerem na fábrica da Associação.
8º Os preços que regularmente se pagarem no País por outras quaisquer coisas que necessitarem de quaisquer oficinas que a Associação possuir.
7ª Pela sétima condição nada se exige porque a Associação esta certa de que o Governo do Brasil, como primeiro interessado na mantensa ilesa da Santa religião de Jesus Cristo, concorrerá para que a Colônia Rio Novo não sofra falta por este lado.
8ª Pela oitava condição, nada se exige igualmente pelos mesmos princípios inerentes ao Governo Brasileiro, no que toca a respeitar as crenças dos colonos que correrem ao Brasil, para um dia serem os seus súditos de assim desejarem.
9ª Pela nona condição nada se exigirá das famílias e pessoas solteiras, que viverem em economia separada.
10ª Por todas as mais condições, ficam estabelecidos os ônus que nelas se declara; e para que não ajam dúvidas em contas e ajustes de objetos, haverá um livro cuja guarda ficará a cargo de cada família e dos mais habitantes, onde se lançarão todos os débitos e créditos das mesmas famílias, e indivíduos; e neste livro (cada família terá um) se ajustará sempre as contas. Cada família ou seu Chefe, e cada indivíduo com economia separada saldará o seu débito no menor espaço de tempo possível, e em cada ajuste de contas, assinarão documentos em forma, como for mais conveniente dos saldos que ficarem devendo.
Cálculo do rendimento que provavelmente terá uma família anualmente
Postos estes pormenores, vantagens, condições e retribuições, passo a demonstrar a renda que uma família poderá obter anualmente, sempre que uma boa estação, e diligencia do lavrador concorram.
Suponhamos que uma família habitante da Colônia conte com 5 pessoas úteis, e que possuindo uma área de terra das de que se trata nas condições 2ª e 3ª plantam como é possível dois alqueires de milho: por este lado terão segundo a experiência tem mostrado, cento e trinta e cinco alqueires termo médio, por cada um de semeadura, e por ambos duzentos e setenta ditos.
Destes 270 alqueires, suponhamos que guarda para gastos 70 alqueires, e que vende 200 alqueires a 1.600 réis: terá neste caso 320.000 réis
Suponhamos que na mesma terra ocupada pelo milho, semeie 3 alqueires de feijão, e que estes produzem termo médio, 80 alqueires por cada um de semeadura: teremos 240 alqueires por todos. Destes 240 alqueires, tirando 40 para o gasto e vendendo200 a2.000 réis: teremos 400.000 réis.
Suponhamos que na mesma área semeia-se um alqueire de arroz e que colhendo 200 alqueires, tiram 30 para o gasto, e vende 170 ao preço de 1.000 réis: teremos em tal caso 170 000 réis.
Suponhamos que 10.000 cafeeiros colhem seiscentas arrobas (pode colher-se 1.200) e que destas tiram 20 para gasto e vendem 580 arrobas a 3.000 réis (vende-se atualmente de3 a4.500 réis) teremos: 1:740.000 réis.
Como o milho e o feijão se colhem duas vezes por ano, supondo que os produtos acima são plantação de março, teremos pelo milho da plantação de setembro 320.000 réis.
Teremos mais pela plantação do feijão de setembro, que sempre é mais inferior por causa das chuvas 180.000 réis.
Soma tudo, sem falar em outras coisas que se pode acumular, no caso de ocorrer boa estação, e haver boa diligencia do lavrador. 3.130.000 réis.
Por este cálculo, vê-se, que mediante uma boa estação, e atividade do lavrador, poderá lograr-se a importância de 5:130.000 réis: e descontando-se dessa soma a quantia de 530.000 réis para preparo do café e conduções, ainda ficará líquida a quantia de 2:600.000 réis.
A maior parte das despesas ordinárias de uma tal família será satisfeita com o produto de outros frutos acessórios; como sejam o de alguns alqueires de farinha, polvilho e tapioca, que sobra do gasto ordinário, o de criações que também se vendem, os de algumas garrafas de óleo de mamona que sobra da luz, o de alguma madeira que sempre se aproveita (há muitas árvores que com bem pouco trabalho dão 40, 50 e 60 000 réis), o de algum dia que sempre se ganha da Associação que continuadamente fornecerá trabalho; o de algum algodão que as mulheres podem fiar a noite e nos dias chuvosos, o de algum açúcar e aguardente se poderá obter, e finalmente o de outros objetos que será fastigioso enumerar; mas supondo ainda que a família querendo melhor tratar-se, gasta-se mais de 600 000 réis; vê-se que ainda lhe fica a quantia de 2:000 000 réis para aumento de sua fortuna, além do aumento de valor que sua propriedade terá de ano a ano.
Em quanto os cafezais plantados nas áreas de terras pertencentes às famílias coloniais, não produzirem, poderá suprir os cafezais da Associação onde os colonos poderão colher a meia, e também poderão suprir o fabrico do açúcar em maior escala; mas quando assim não fosse, ainda assim, a renda produzida pelos outros objetos da lavoura será muito superior a despesa, e dará sobra para socorrer a parte dos compromissos dos mesmos colonos: em todo caso ver-se-ão os mesmos colonos no meio da abundancia em todo ano, e salvos das necessidades que os flagelam na Europa. E se alguma família tiver lá alguma fortuna, mas que não tenha meios de fazê-la aumentar terá toda possibilidade de prosperar na Colônia Rio Novo onde poderá obter por aforamento perpétuo os terrenos que necessitar para cultivá-los por si, e por meio dos seus engajados. Por semelhante modo uma família apenas remediada na Europa, tornar-se-á proprietária, mais ou menos importante na Colônia, em muito pouco tempo. O que deste modo avaliamos, poderíamos provar com grande numero de exemplos.
À vista pois de todo expendido, fica demonstrado e é indubitável, que as vantagens especificadas, convidam as populações a procurá-las, e as que quiserem fazer parte da Colônia Rio Novo acharão exato tudo quanto aqui fica exarado.
Rio de Janeiro, 14 de Fevereiro de 1855.
O Diretor da Associação Colonial do Rio Novo.
Caetano Dias da Silva.
Listagem das famílias que acreditaram na propaganda do Major
Caetano Dias da Silva e vieram para a Colônia de Rio Novo |
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FISCHER
|
Carl
|
-
|
41
|
Chefe
|
FISCHER
|
Agatha
|
-
|
33
|
Esposa
|
FISCHER
|
Johanna
|
-
|
7
|
Filha
|
FISCHER
|
Marie
|
Louise
|
5
|
Filha
|
FISCHER
|
Rud
|
Bertrand
|
6
|
Filho
|
FISCHER
|
Emma
|
-
|
3
|
Filha
|
BOENI
|
Bonhi
|
-
|
46
|
Cunhada
|
BOENI
|
Francisco
|
Xavier
|
16
|
Sobrinho
|
BOENI
|
Frederike
|
-
|
14
|
Sobrinha
|
BOENI
|
Friedrich
|
-
|
13
|
Sobrinho
|
BOENI
|
Rosa
|
-
|
11
|
Sobrinha
|
HOFFMANN
|
Johann
|
-
|
44
|
Chefe
|
HOFFMANN
|
Margaretha
|
-
|
43
|
Esposa
|
HOFFMANN
|
Anne
|
-
|
18
|
Filha
|
HOFFMANN
|
Jacob
|
-
|
17
|
Filho
|
HOFFMANN
|
Johann
|
-
|
16
|
Filho
|
HOFFMANN
|
Marie
|
-
|
14
|
Filha
|
HOFFMANN
|
Bertha
|
-
|
11
|
Filha
|
HOFFMANN
|
Heinrich
|
-
|
9
|
Filho
|
HOFFMANN
|
Verena
|
-
|
7
|
Filha
|
JAPPERT
|
Joseph
|
-
|
58
|
Chefe
|
JAPPERT
|
Helene
|
-
|
57
|
Esposa
|
JAPPERT
|
Etienne
|
-
|
29
|
Filho
|
JAPPERT
|
Catterine
|
-
|
26
|
Filha
|
JAPPERT
|
Joseph
|
-
|
24
|
Filho
|
JAPPERT
|
Caroline
|
-
|
22
|
Filha
|
JAPPERT
|
Ignace
|
-
|
31
|
Filho
|
JAPPERT
|
Maddalene
|
-
|
35
|
Nora
|
OESGER
|
Rimigius
|
-
|
58
|
Cunhado
|
KOBI
|
Christian
|
-
|
58
|
Chefe
|
KOBI
|
Marie
|
-
|
56
|
Esposa
|
KOBI
|
Benedet
|
-
|
20
|
Filho
|
KOBI
|
Jacob
|
-
|
17
|
Filho
|
KOBI
|
Nicolau
|
-
|
14
|
Filho
|
LÄBER
|
Joseph
|
-
|
51
|
Chefe
|
MULLER
|
Johanna
|
-
|
39
|
Esposa
|
LÄBER
|
Marie
|
Verena
|
19
|
Filha
|
LÄBER
|
Joseph
|
-
|
17
|
Filho
|
LÄBER
|
Johann
|
Baptiste
|
15
|
Filho
|
LÄBER
|
Anton
|
-
|
13
|
Filho
|
LÄBER
|
Johanna
|
-
|
9
|
Filha
|
LÄBER
|
Elisabetha
|
-
|
6
|
Filha
|
LÄBER
|
Caroline
|
-
|
3
|
Filha
|
OBRIST
|
Georg
|
-
|
60
|
Chefe
|
OBRIST
|
Anne
|
Marie
|
60
|
Esposa
|
OBRIST
|
Johann
|
-
|
30
|
Filho
|
OBRIST
|
Crescencia
|
-
|
28
|
Filha
|
OBRIST
|
Friedrich
|
-
|
27
|
Filho
|
OBRIST
|
Anne
|
Marie
|
46
|
Irmã
|
SENN
|
Bernhard
|
-
|
17
|
Sobrinho
|
SENN
|
Georg
|
-
|
43
|
Cunhado
|
ROHR
|
Daniel
|
-
|
52
|
Chefe
|
ROHR
|
Marie
|
-
|
48
|
Esposa
|
ROHR
|
Barbara
|
-
|
22
|
Filha
|
ROHR
|
Anne
|
-
|
21
|
Filha
|
ROHR
|
Marie
|
-
|
20
|
Filha
|
ROHR
|
Johann
|
-
|
19
|
Filho
|
ROHR
|
Susane
|
-
|
18
|
Filha
|
ROHR
|
Conrad
|
-
|
13
|
Filho
|
ROHR
|
Elisabetha
|
-
|
11
|
Filha
|
ROHR
|
Abrahan
|
-
|
8
|
Filho
|
ROHR
|
Daniel
|
-
|
6
|
Filho
|
SCHEIDEGGER
|
Johann
|
-
|
42
|
Chefe
|
SCHEIDEGGER
|
Anna
|
Barbara
|
36
|
Esposa
|
SCHEIDEGGER
|
Johann
|
-
|
14
|
Filho
|
SCHEIDEGGER
|
Anna
|
Barbara
|
12
|
Filha
|
SCHEIDEGGER
|
Elisabetha
|
-
|
11
|
Filha
|
SCHEIDEGGER
|
Friedrich
|
-
|
7
|
Filho
|
SCHEIDEGGER
|
Ulrick
|
-
|
6
|
Filho
|
SCHEIDEGGER
|
Christian
|
-
|
3
|
Filho
|
SCHEIDEGGER
|
Barbara
|
-
|
36
|
Irmã
|
SCHERRER
|
Jacob
|
-
|
42
|
Chefe
|
SCHERRER
|
Elisabetha
|
-
|
47
|
Esposa
|
SCHERRER
|
Elisabetha
|
-
|
17
|
Filha
|
SCHERRER
|
Jacob
|
-
|
15
|
Filho
|
SCHERRER
|
Amalie
|
-
|
14
|
Filha
|
SCHERRER
|
Barbara
|
-
|
11
|
Filha
|
SCHERRER
|
Carl
|
-
|
9
|
Filho
|
SCHERRER
|
Catharina
|
-
|
7
|
Filha
|
SCHERRER
|
Gottlieb
|
-
|
6
|
Filho
|
STAUFFER
|
Friedrich
|
-
|
22
|
Chefe
|
KOBI
|
Anna
|
Marie
|
22
|
Esposa
|
WETTLER
|
Johann
|
Friedrich
|
58
|
Chefe
|
WETTLER
|
Margaretha
|
-
|
52
|
Esposa
|
WETTLER
|
Auguste
|
-
|
17
|
Filha
|
WETTLER
|
Friedrich
|
-
|
15
|
Filho
|
WETTLER
|
Albert
|
-
|
13
|
Filho
|
WETTLER
|
Mathilde
|
-
|
11
|
Filha
|
WETTLER
|
Gottlieb
|
-
|
10
|
Filho
|
WETTLER
|
Julie
|
-
|
8
|
Filha
|
Fonte: Arquivo Público Estadual.
|
[Transcrição do original: Ronald Mansur. Reprodução autorizada pelo transcritor.]
---------
© 2001 Transcrição com direitos autorais em vigor. A utilização / divulgação sem prévia autorização dos detentores configura violação à lei de direitos autorais e desrespeito aos serviços de preparação para publicação.
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Major Caetano Dias da Silva, cidadão português, era grande fazendeiro em Itapemirim, proprietário da fazenda Limão. Como presidente da Associação Major Caetano obteve concessão sobre terrenos devolutos compreendidos no chamado 1º Território. Fundou a Colônia de Rio Novo, na localidade conhecida como Pau d'Alho, banhada pelo rio Novo e afluentes, levando para lá estrangeiros de diversas nacionalidades: suíços, belgas, holandeses, franceses, italianos, alemães e austríacos. Infelizmente a insalubridade e total falta de assistência levaria à morte muitos desses colonos.
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